Educação
MEC visita escolas de assentamento do MST, no Paraná
Por Setor de Educação e Setor de Comunicação e Cultura – MST no Paraná
Da Página do MST
Durante a participação no Seminário Internacional de Educação do Campo (IV SIFEDOC) realizado pela Articulação da Educação do Campo Região Sul na UNIOESTE, nos dias 17, 18 e 19 de julho de 2023 na cidade de Cascavel/PR, a Diretora de Políticas de Educação do Campo e Educação Escolar Indígena do MEC, professora Maria do Socorro Silva, visitou a Escola Municipal do Campo Zumbi dos Palmares e o Colégio Estadual do Campo Aprendendo com a Terra e a Vida, localizados no Assentamento Valmir Motta.
Acompanhada pelas professoras Maristela Solda, Juliana Poroloniczak e Vera Marcondes e o professor Gilson Gonçalves representando as escolas, os professores Dejair Marcio de Oliveira e Elisangela Zaniollo da Secretaria Municipal de Educação de Cascavel (SEMED) e por Valter de Jesus Leite e Cassiano Kappes do Setor de Educação do MST, a visita ocorreu na quarta-feira(19).
Na oportunidade a professora Maria do Socorro falou sobre a retomada das políticas públicas voltadas aos direitos dos povos do campo, das águas e das florestas no que diz respeito à educação e da agenda da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) para avançar na oferta educacional no campo brasileiro. Foi abordado sobre os problemas estruturais e físicos que a escola municipal e o colégio estadual enfrentam, e apontando a necessidade de projetos arquitetônicos que considerem as características físicas, sociais e culturais nas diferentes regiões do Brasil, bem como acerca da ampliação de investimentos para construção de escolas, sendo esta uma das grandes necessidades no assentamento, tendo em vista a longa trajetória de luta pela tão sonhada construção das estruturas físicas do Colégio Estadual.
Socorro destacou o trabalho para ampliação do Programa Escola da Terra, que possibilita a formação continuada a professores e professoras das escolas do campo, fortalecendo a escola como território de vivência social e cultura. “Estamos trabalhando pela ampliação do Programa Escola da Terra e criando o Parfor Equidade – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – para avançar nas ações de formação inicial de profissionais da educação para escolas do campo, comunidades indígenas e quilombolas, educação especial e inclusiva”, afirmou.
Professora Juliana Poroloniczak, evidencia a importância da formação para educadores e educadoras: “A luta por preservar o reconhecimento e implementar os elementos da proposta pedagógica dos Ciclos de Formação Humana com Complexos de Estudo, programas como o Escola da Terra contribuíram muito conosco por meio da formação continuada para fortalecer os processos pedagógicos”. Juliana ainda exalta a alegria pessoal e coletiva com a ampliação do Programa Escolas da Terra, “nos alegra e deixa com muita expectativa saber da ampliação do programa nesta nova edição”.
Em meio a visita aos espaços pedagógicos das escolas (biblioteca, salas de aula, agrofloresta, pomar, horta e horto medicinal) foi apresentado o histórico de resistência e luta das escolas, desde sua origem em 2003 enquanto Escola Itinerante, completando em dezembro de 2023, 20 anos de existência. Na ocasião, a professora Socorro foi convidada para participar do VIII Encontro Estadual das Educadoras e Educadores da Reforma Agrária: 20 anos da Escola Itinerante que será realizado entre os dias 15 e 18 de novembro de 2023.
“A luta coletiva da comunidade escolar tem sido grande pela construção da estrutura e pela manutenção da conquista da escola no assentamento, mais um passo que estamos dando neste sentido é o processo de substituição das salas de aula do colégio que será iniciada neste segundo semestre.” Relatou Juliana Poroloniczak.
Ao final, a professora Maria do Socorro foi parabenizada por assumir o desafio de conduzir a reconstrução da Política Nacional de Educação do Campo de forma comprometida com as necessidades reais e em diálogo com os sujeitos do campo, das águas e das florestas na concepção, implantação e consolidação das políticas públicas de Educação do Campo.
“A vinda da professora Socorro na escola, nos anima muito e amplia a esperança no fortalecimento da Educação do Campo, representa a importância que este governo está oferecendo a quem de fato necessita, ela nos ouviu, fez anotações, reiterou a importância de pensar as diferenças regionais, climáticas, culturais, estruturais para as escolas do campo. E para mim, é de uma riqueza imensa a possibilidade de receber e falar do trabalho pedagógico, dos desafios diários que enfrentamos, na construção de um ensino de qualidade e que atende as necessidades formativas dos nossos educandos”, observou a professora Maristela Solda.
A educação é uma das áreas prioritárias e fundamentais do Projeto de Reforma Agrária Popular. Desde sua origem, o MST defende o acesso à educação de qualidade, nos diferentes níveis, desde os anos iniciais, até o ensino superior, e os processos de alfabetização de jovens e adultos como o ‘Sim, Eu Posso!”.
*Editado por João Vitor