Brigada Oziel Alves
Goiás recebe a 2ª Etapa da Brigada Nacional Oziel Alves da região Centro-Oeste
Por: Rafael Bastos
Da página do MST
A estrutura que em suas paredes desgastadas pelo tempo, hoje cheia de imagens provocantes da luta e de obras de arte do povo, servia de abrigo para a exploração dos braços trabalhadores da região para a burguesia. Hoje é patrimônio do povo organizado e batizado de Centro de Produção e Formação Agroecológica Santa Dica dos Sertões, símbolo da luta de resistências na região que foi historicamente explorada desde a colonização, com mãos de obra escravizadas na corrida do ouro, que desbravou o centro do país.
Nos próximos dias vai receber mais de 70 educandos/as e educadoras/es do que vivem no Distrito Federal e Entorno, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia, na 2ª Etapa da Brigada Nacional Oziel do Centro-Oeste.
As aulas da 2ª etapa começaram com a análise de conjuntura sobre o MST no Goiás e Região, como força política, com assessoria do companheiro Gilvan , integrante da direção nacional do MST pelo estado de Goiás. É neste território marcado pelas lutas populares que seguem e acolhem e integram a organização do curso. “É um território místico, ocupado pelas famílias sem Terra, luta simbólica, para além do espaço é uma grande conquista do estado de Goiás e toda região que resiste ao avanço do agronegócio”.
A Brigada Nacional reúne cerca de 700 militantes Sem Terra, em todas as regiões do Brasil, organizados em seis brigadas em todo o país. Mais 100 militantes estão envolvidos na Coordenação Político-pedagógica (CPP), que também estão em formação e fortalecimento de experiências pedagógicas.
Ao todo, serão quatro etapas de dez dias cada, com formatura marcada para acontecer durante o 7º Congresso do MST, em 2024. O curso funciona com a pedagogia da alternância, com tempo escola e tempo comunidade. A primeira etapa da região Centro-Oeste ocorreu no Centro de Formação e Pesquisa Olga Benário Prestes (CECAPE) , entre 21 de Maio e 3 de Junho.
No primeiro dia da segunda etapa, entre a análise de conjuntura e apresentação da programação, houve o importante espaço de relações humanas e o papel do racismo e patriarcado na formação do Brasil. A importância do tema para a mediação das relações sociais no curso e na formação de novas pessoas para a tarefa da construção de uma nova sociedade. Não podemos “negar todas fomos socializados nas relações raciais e patriarcais, não podemos pensar nossa realidade sem essas estruturas, sem elas nossas análises e ações, estão fadadas ao fracasso” Assinala Lucinéia do Setor Nacional de Gênero.
No seguir da tarde, entre a apresentação das tarefas das unidades de trabalho para manutenção da organização do espaço do “Santa Dica dos Sertões” que recebeu e acomodará os brigadistas nessa etapa.O companheiro Álvaro Anacleto, que integra o coletivo da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), trouxe do processo da organicidade e a importância da disciplina consciente para que possamos disfrutar as potencialidades e todas as ferramentas pensadas para desenvolvimento das educandos no processo.
*Editado por Priscila Ramos