Festival

2° Festival da Reforma Agrária reúne cultura e alimentação saudável

Atividade marca os seis anos de realização da Feira da Reforma Agrária de Presidente Prudente, no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo.
2° Festival da Reforma Agrária. Foto: João Gabriel Menezes

Por Coletivo de Comunicação do MST no Pontal do Paranapanema
Da Página do MST

Nascida em 2017, em um período histórico marcado pelo golpe contra a Presidente Dilma e contra a democracia, a Feira da Reforma Agrária se posiciona para além de oferecer alimentos saudáveis oriundos da Reforma Agrária da região do Pontal do Paranapanema, ela expressa a articulação campo e cidade tendo a cultura e a agroecologia como elementos de diálogo com a sociedade local. A iniciativa é promovida pelo Coletivo Cultura Galpão da Lua, uma ocupação cultural urbana na cidade, e o MST do Pontal. Nessa trajetória, outras organizações se tornaram aliadas, como a Consulta Popular e o SINTRAPP.

Para comemorar os seis anos de organização da Feira, o 2° Festival da Reforma Agrária traz como lema “Diálogos e articulações entre campo, cidade e floresta”. O primeiro festival aconteceu em 2022 em comemoração ao aniversário de cinco anos, aonde o coletivo decidiu tornar o evento anual.

A programação contou com uma mesa de debates na parte da manhã com o tema “Ocupando campo, cidade, floresta e universidade: onde nossas lutas se encontram”, com exposição do Prof. Dr. Raul Borges Guimarães, Pró-reitor de Extensão e Cultura da UNESP, Fernanda Matheus, da Direção Regional do MST e Maria Rita Barcelos, do Coletivo Cultural de Assis. Durante a tarde aconteceram apresentações musicais de grupos e artistas locais.

Para Diógenes Rabello, da Direção Estadual do MST, “A Feira acontece em um momento muito importante para combater os discursos de ódio  e de criminalização do MST e das lutas sociais. A gente veio até aqui hoje para demonstrar o trabalho cotidiano das famílias assentadas para produzir comida de verdade, o que só está sendo possível porque o MST organizou essas famílias e ocupou terras décadas atrás. E é dessa forma que vamos combater essas tentativas de criminalização da nossa luta, mostrando o nosso trabalho na terra”.

Além dos alimentos, artesanatos e apresentações culturais, o Festival contou com um espaço específico para dialogar sobre a questão ambiental na região, com mudas e sementes de árvores nativas e panfletos. Essa é mais uma ação vinculada ao Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis.

Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis no Festival. Foto: João Gabriel Menezes

“Não tem como fazer luta pela terra sem considerar as dimensões da cultura e da arte, por isso que chamamos de Festival da Reforma Agrária, porque traz todos esses elementos da luta. E pra gente é muito simbólico realizar esse Festival em uma ocupação urbana com esse caráter de ocupação cultural, para justamente fortalecer a relação dos lutadores do campo e da cidade”, ressalta Regiane Menezes, da Direção Estadual do MST.

O evento também incluiu um círculo de discussão sobre a violência contra as mulheres, onde as relações de gênero, os atos violentos e a Lei Maria da Penha foram debatidos.

A Feira da Reforma Agrária de Presidente Prudente ocorre mensalmente no primeiro sábado de cada mês, no icônico espaço do Galpão da Lua, que um dia foi uma estação ferroviária.

*Editado por Erica Vanzin