Agroecologia
Preparativos para 20ª Jornada de Agroecologia começa com plantio de agrofloresta
Por Jade Azevedo
Da Página do MST
No último sábado, 2, mais de 300 pessoas entre elas produtores/as agroecológicos de 8 comunidades do MST, professores/as e pesquisadores/as, militantes urbanos das Marmitas da Terra e educandos/as da Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA) se reuniram na Comunidade Padre Roque em Castro Zimmermann para implantarem a primeira agrofloresta coletiva do acampamento, que tem a função de produzir alimentos que serão doados em ações de solidariedade do MST no Paraná. A primeira delas acontecerá na 20ª Jornada de Agroecologia de 22 a 26 de novembro deste ano.
No evento reuniu camponeses/as do assentamento Contestado, Lapa; pré-assentamento Emiliano Zapata, de Ponta Grossa; acampamento Maria Rosa do Contestado, de Castro; assentamento Guanabara, Imbaú; acampamento Reduto de Caraguatá, de Paula Freitas; acampamento Mário Lago, Irati; assentamento IPC Conceição; e acampamento Luiz Gonzaga 2, Ortigueira.
Também participaram representantes dos mandatos dos deputados estaduais Dr. Antenor e Ana Júlia, do deputado Tadeu Veneri e da vereadora de Curitiba Professora Josete; Iesol UEPG; Frente Ampla Democrática; Curso de Agroecologia da IFPR Campo Largo; a presidente do PT de Ponta Grossa, Selma Shons; PT de Castro; vereadores da região; projeto Plantear da UFPR.
O mutirão da agrofloresta foi interrompido pela chuva, mas o trabalho segue com as famílias da comunidade. O companheiro Jorge Luiz Schmidt, que faz parte da coordenação da comunidade, falou da simbologia da atividade: “Hoje é um dia muito importante para nós, recebendo companheiros, aliados, para implantar nosso projeto de agrofloresta. Também estamos felizes por poder contribuir com as hortaliças que vamos plantar para doar na jornada”, conta.
A comunidade surgiu em 2018 já com o projeto de ser 100% agroecológica. As 40 famílias que vivem ali receberam assessoria da Universidade Federal que ajudou as famílias a projetarem seu lote e tirarem a certificação orgânica da produção.
Antes do almoço aconteceu um momento de estudo que trouxe reflexões sobre a importância da agroecologia para o futuro. Na mesa estavam presentes Silvana dos Santos Moreira, agrônoma e professora do IFPR de Irati, Roberto Baggio, direção do MST, e Guilherme Mazer, mestre em desenvolvimento rural sustentável.
Guilherme, que ajudou a desenhar a agrovila, comentou que os eventos de Pré-Jornada são para refletir sobre a agroecologia não como um processo acabado, mas sim como um caminho viável pois é uma negação ao sistema atual de monocultura. “A agroecologia é sobretudo o caminho para outro modelo de desenvolvimento”, afirma.
Roberto Baggio, ressaltou que a essência da Jornada de Agroecologia, que já está na 20ª edição, é pensar um novo modelo de sociedade para o próximo momento histórico. “A gente não pode ter mais dúvida, as ideias centrais da agroecologia são científicas e em defesa da vida”. Ele ainda acrescentou que é a partir dela que o campo consegue garantir uma variedade de espécies de plantas, comida, em defesa da vida.
Para Silvana o maior desafio para a sociedade é entender que a luta pela terra, por uma agricultura de base ecológica está ligada à educação “ela precisa permear a vida de todas as crianças que estão dentro de acampamento, assentamento, mas também na cidade, para que ela possa entender a necessidade de ter uma alimentação de qualidade. Isso transforma a nossa vida”, afirma.
A 20a Jornada de Agroecologia será realizada em Curitiba, no campus Rebouças da UFPR, de 22 a 26 de novembro de 2023. Até lá ainda acontecerão dois eventos de mutirão de implantação de agroflorestas, um na comunidade Lutzenberger, em Antonina, e outro no assentamento Contestado, na Lapa.
*Editado por Fernanda Alcântara