COP-30

No PA, presidente do BNDES se reúne com representantes de Movimentos Sociais

Encontro realizado em Belém do Pará (PA) teve como objetivo dialogar sobre os projetos de financiamentos para a Amazônia e as perspectivas para a COP-30
Foto: MST no PA

Da Página do MST

Na noite desta quarta-feira (04), o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, se reuniu com representantes de movimentos e pastorais sociais, universidades, sindicatos e Direitos Humanos, em Belém do Pará (PA). Além de Mercadante, estiveram presentes o Senador Beto Faro (PT/PA) e Paulo Rocha (Presidente da Sudam).

O encontro aconteceu no auditório da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e teve como objetivo dialogar sobre os projetos de financiamentos para a Amazônia e as perspectivas para a realização da 30° Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP-30), que será realizada em novembro de 2025, na capital paraense.

Foto: MST no PA

Para Aloizio Mercadante, a COP-30 será um momento extraordinário, porque colocará a defesa da Amazônia e de seus povos como principal debate, em especial pela crise climática. “A crise climática está exigindo novas respostas e o Brasil é a grande liderança que o planeta precisa para reverter essa situação, e a Amazônia está no centro desse processo”.

Para ele, em 2025, Belém será uma vitrine e será uma grande oportunidade para movimentos sociais da Amazônia apresentarem sua luta em defesa do mundo partindo da floresta em pé, da sustentabilidade, da agricultura familiar e da produção de alimentos saudáveis.

Tivemos um diálogo com as lideranças aqui da cidade pra iniciarmos esse processo de construção coletiva de uma pauta transformadora a partir da necessidade de construção e fortalecimento das cooperativas, porque isso facilita o investimento e o financiamento de projetos, como o Fundo Clima e, especialmente, o Fundo Amazônia, para podermos estar mais perto das comunidades fortalecendo a distribuição de renda, a justiça social e especialmente empoderando a agricultura familiar no Brasil”

– Mercadante
Foto: MST no PA

Para Francisco Batista, membro do Movimento República de Emaús, a ida do presidente Lula neste segundo semestre foi importante para que os movimentos populares pudessem mostrar suas necessidades e expectativas sobre a realização do evento na capital.

“Trazer o BNDES para Belém para falar sobre a COP-30, os projetos que serão realizados e a possibilidade de financiamento de cooperativas é de fundamental importância e isso só poderia acontecer num governo popular. Juntar vários movimentos sociais de diversas áreas que atuam na Amazônia é muito significativo. Tivemos hoje representantes de comunidades indígenas, camponesas, movimentos de direitos humanos, de direito à infância, uma série de agentes políticos, em especial do Pará, e precisamos nos articular para que nossas intervenções e iniciativas sejam qualificadas”, declara Batista.

Já para Alexandre Veloso, membro da União Nacional por Moradia Popular (UNMP), a reunião teve sua importância porque mostrou formas de como acessar os recursos públicos disponíveis no BNDES e, a partir disso, conquistar e garantir o direito à moradia.

“No caso da moradia, nosso interesse é fazer habitações populares com sustentabilidade habitacional, relações com as cooperativas de catadores, e outros tipos de comunidades que trabalham com a questão ambiental. Também ficou ajustado que o BNDES vai fazer uma oficina para nos orientar de como fazer esses projetos e de como é que a gente pode construir uma estrutura de cooperativas para que esses financiamentos possam chegar aqui”, comemora Veloso.

Foto: MST no PA

Para Pablo Neri, da direção nacional do MST no Pará, esta reunião teve uma importância ímpar, porque é uma sinalização histórica em que o Governo Federal está fazendo para os movimentos sociais buscando ampliar a participação popular na formulação e construção das políticas públicas.

“Nós estamos nesse momento de preparação da COP-30 e precisamos estar preparados para mostra ao mundo que precisamos não somente preservar a Amazônia, mas também defender os povos que habitam nela e garantir a defesa de seus direitos de acesso à terra, à vida e a preservação ambiental”

Neri ressalta que o fato do BNDES ter aceitado uma reunião de diálogo com os movimentos sociais que atuam na Amazônia indica que o Governo está disposto a construir uma abordagem diferente para a COP-30. Como movimento social, o MST se coloca à disposição para esse diálogo, porque não interessa participar de processos nos quais se afirmam ser sustentáveis e participativos, enquanto os problemas permanecem invisíveis, e também destacou a importância de poder abordar a qualidade de vida da maioria da população em fóruns relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade.

“Saímos com encaminhamentos de que o BNDES e Sudam se comprometem de que as obras para a COP-30 tenham transparência e participação popular, além de que se amplie a participação da região Norte nos financiamentos do BNDES”, finaliza Neri.

*Editado por Fernanda Alcântara