Conquista
MST conquista assentamento de Reforma Agrária no Ceará
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
No Ceará, no MST conquista mais um assentamento de Reforma. Na última sexta-feira (20), ocorreu o ato de emissão de posse da antiga Fazenda Nova Olinda, localizada nos municípios de Tamboril e Monsenhor Tabosa, na região dos Inhamuns do Ceará.
Ato se transformou em um momento de celebração dos resultados de mais de nove anos de luta, resistência e ousadia da juventude Sem Terra, que corajosamente rompeu as cercas do latifúndio na madrugada de 24 de abril de 2014, com a ocupação da Fazenda Nova Olinda.
A celebração teve início às 11 horas, com uma mística resgatando o histórico da ocupação e a memória dos antepassados. O evento contou com a presença do Superintendente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (Idace), João Alfredo Teles; do Secretário Executivo de Fomento Produtivo e Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Pedro Neto; do Deputado Estadual (PT), Missias Bezerra; do Vereador de Tamboril, Geovani Santos; representantes da Ematerce, da Secretaria de Agricultura do município de Tamboril, movimento indígena, assentados e assentadas da região, da militância do MST, entre outros.
A nossa luta não foi fácil, mas resistimos, lutamos e hoje estamos aqui com essa vitória. É maravilhoso saber que agora vamos colher os frutos de tantas lutas. Saber que teremos um lugar para produzir, um lugar para construir nossa família, é muito emocionante”, relata emocionada Fabiana Alves, assentada da Reforma Agrária no Projeto de Assentamento Nova Olinda.
Segundo Gene Santos, da Dirigente Nacional do MST, a ocupação foi central no avanço do MST no estado. “Essa ocupação foi um laboratório para que a gente pudesse avançar na luta pelo território, fundamental para que a partir daqui surgissem vários novos assentamentos. É uma área muito simbólica para nós, nossos antepassados viveram aqui, e retomar essa terra para nossa juventude é muito importante. Essa área, que foi símbolo de escravidão hoje passa a ser um território livre da exploração”.
Segundo Gene Santos, da Dirigente Nacional do MST, a ocupação foi central no avanço do MST no estado. “Essa ocupação foi um laboratório para que a gente pudesse avançar na luta pelo território, fundamental para que a partir daqui surgissem vários novos assentamentos. É uma área muito simbólica para nós, nossos antepassados viveram aqui, e retomar essa terra para nossa juventude é muito importante. Essa área, que foi símbolo de escravidão hoje passa a ser um território livre da exploração”.
João Alfredo, Superintendente do Idace, destacou a importância histórica da luta pela terra na região. “Essa história nos remete à história de um país como o nosso, que foi forjado em cima do sangue do povo negro que veio da África, do povo indígena que eram os primeiros donos aqui da terra, foi forjado em cima da opressão do latifúndio. Então, nesse momento a gente tem que celebrar essa vitória, porque isso significa que a gente está mudando a história desse país”.
“Para nós, vivenciar esses momentos de emissão de posse é concluir um ciclo de luta, mas com a certeza de que quando os trabalhadores se organizam, têm muita força para cobrar, reivindicar e superar todas as cercas das opressões que existem: a cerca do latifúndio, da ignorância, do ódio. Com essa conquista, mostramos que esse assentamento será mais um território livre, um território de produção de alimentos e de garantia de uma vida digna para os camponeses e camponesas”, afirma Pedro Neto, Secretário Executivo de Fomento Produtivo e Agroecologia da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (SDA).
Pedro também traz à memória o Bispo Fragoso, dizendo:
Trago aqui em memória aquele que iluminou a mente de muitos de nós, que manteve viva a chama da esperança e deixou conosco os ensinamentos da luta de um povo livre, a luta pela terra, a crença de que o menor pode acreditar no menor”.
O novo assentamento foi adquirido pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará (Idace) com base na Lei Nº 17.533, de 22 de junho de 2021, que dispõe sobre a Política de Regularização Fundiária Rural no Estado do Ceará (Lei Wilson Brandão). O assentamento de Reforma Agrária irá beneficiar 20 famílias Sem Terra que, historicamente, sofreram por gerações com a exploração dos latifundiários da região.
*Editado por Solange Engelmann