Agroecologia
Congresso Brasileiro de Agroecologia, no Rio, recebe 7.500 refeições preparadas pelo MST de Minas Gerais
Por Leonardo Fernandes
Do Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)
Cerca de 50 pessoas de Minas Gerais, militantes do MST, do MTD, moradores de quilombos e territórios da Reforma Agrária de varias regiões do estado, serão os responsáveis pela alimentação dos 2.500 participantes do 12° Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que vai até quinta-feira (23), no Rio de Janeiro.
“Para nós é uma experiência ótima. Eu amo coxinha, e aqui eu aprendo muitas coisas, faço amizades. Eu tô achando tudo maravilhoso!”, expressou Rosângela Fátima do Nascimento, assentada no município de Goianá, na Zona da Mata mineira.
Ester Hoffmann, da coordenação estadual do MST conta que a primeira experiência do movimento com as cozinhas foi em 2015, na Feira Nacional da Reforma Agrária, e de lá pra cá, vem aprimorando a organização do movimento para dar conta do desafio.
“A gente vem fazendo essa discussão também do quanto que os trabalhadores e as trabalhadoras são explorados e invisibilizados nesse trabalho do preparo da alimentação, das cozinhas e que é muito pouco remunerado. Então, a própria cozinha nos permitiu evoluir, pensando nos turnos de trabalho para que sejam seguros para as pessoas, que haja revezamento, para garantir o tempo de descanso, os equipamentos para otimizar o trabalho”, conta.
Ester explica que o preparo das refeições é um fechamento de ciclo para os movimentos que ocupam a terra para produzir.
A gente ocupa a terra para produzir comida, para produzir o alimento, não só para nós, mas para toda a sociedade. Com esse trabalho da cozinha a gente consegue juntar tudo desse projeto, fechar o ciclo que vem de um trabalho coletivo, da ocupação da terra, da luta pela terra, que tem tudo a ver com a prática de cozinhar”, diz Hoffmann.
Ao todo serão 7.500 refeições diárias, mais de 30 mil servidas nos quatro dias de CBA, totalizando 12 mil quilos de alimentos agroecológicos. O Congresso Brasileiro de Agroecologia está dedicado a debater as práticas agroecológicas como alternativas sustentáveis para o combate à fome e a luta pela soberania alimentar.
Edição: Eduardo Miranda