Agroecologia

20ª Jornada de Agroecologia traz grande feira, comidas típicas e shows em Curitiba 

Um dos maiores encontros brasileiros dedicados à agroecologia começou nesta quarta-feira e segue até domingo (26)
Foto: Juliana Barbosa 

Da Página do MST

A 20ª edição da Jornada de Agroecologia começou nesta quarta-feira (22), no bairro Rebouças, em Curitiba, com alimentos, formações e muita cultura. Mais de 90 expositores, produtores de alimentos saudáveis e da economia solidária, de todas as regiões do Paraná, formam a Feira da Agrobiodiversidade e Camponesa e Popular e Culinária da Terra. Os debates e práticas acerca de temas relacionados à agroecologia ocorrem em mais de 30 conferências, seminários e oficinas gratuitas.

Três grandes artistas nacionais já têm presença confirmada no palco da Jornada: Leci Brandão, dia 23, às 17h; Bia Ferreira, dia 24, às 17h; Chico César, dia 25, às 19h. Em comum, os três cantores e compositores trazem o apoio à agroecologia, à reforma agrária e às causas sociais e populares. Ao todo, cerca de 20 atrações culturais locais e regionais estão na programação do encontro. 

Já na abertura oficial do evento, na tarde desta quarta-feira, a cultura ganhou destaque com animação garantida pelo popular Bloco curitibano Pré-Carnavalesco Garibaldis e Sacis. O ritmo seguiu com a Unidos da Lona Preta,  escola de samba formada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), um dos realizadores da Jornada. 

Garibaldis e Sacis na Jornada. Foto: Juliana Barbosa

Fotos: Wellington Lenon

Marcos Ferraz, professor e diretor do Campus UFPR Rebouças, afirmou ser uma honra para o Setor de Educação (que utiliza o campus) receber a Jornada pela segunda vez. “Que seja uma semana tão rica quanto a do ano passado e que a gente possa compartilhar, ser inclusivo, e promover a convivência da jornada com a agenda da universidade como um esforço para que universidade e movimentos sociais possam caminhar juntos”. 

Para Bruna Zimpel, produtora agroecológica e integrante da direção nacional do MST pelo Paraná, esta edição da Jornada simboliza uma caminhada longa e persistente de dezenas de movimentos sociais, entidades e coletivos. 

“Aqui temos coletividade, convivência, solidariedade, internacionalismo, encontros e reencontros. Esses elementos são resultados dos processos de construção da nossa Jornada ao longo desses mais de 20 anos. O nosso projeto de campo, de cidade e de sociedade está expresso aqui na diversidade da Jornada”, disse durante a abertura do evento, se referindo à diversidade de alimentos produzidos, expressões culturais, debates formativos, saúde popular e culinária típica do campo.  

O fortalecimento da agroecologia ganha ainda mais urgência diante da crise ambiental em âmbito mundial. “Estamos vivendo as consequências da exploração do capital sobre os bens da natureza, que estão sendo apropriados individualmente em nome do lucro. No campo o capitalismo se chama agronegócios, destrói a natureza e expulsa as famílias camponesas”, afirmou Zimpel. 

A Jornada é cultivada por muitas mãos é resultado da colaboração entre aproximadamente 60 organizações, movimentos sociais e populares, coletivos e instituições de ensino, com o objetivo de disseminar os benefícios da agroecologia e destacar sua viabilidade como modelo de produção de alimentos.

Show, feira e roda de conversa

A primeira apresentação no palco da Jornada foi da banda Buda Bong, vinda diretamente de Araucária, região metropolitana de Curitiba. A chef de cozinha potiguar Irina Cordeiro esteve na 20ª Jornada de Agroecologia ao longo de todo o dia. Ela é conhecida por sua participação na 2ª edição do Masterchef Brasil, e por aliar técnicas refinadas à paixão pelo mar e pelos temperos regionais. 

A chef passeou pela feira, experimentou os pratos da Culinária da Terra e também participou da roda de conversa “O Alimento como Resistência Cultural”. “A minha avó era uma mulher que cozinhava e me compartilhou muitos saberes, e eu organizo esses saberes e eu uso a internet para falar dessa minha potência”, contou. 

Irina Cordeiro durante roda de conversa na Jornada de Agroecologia. Foto: Juliana Barbosa

A programação da 20ª Jornada de Agroecologia está repleta de diálogos que abordam a agricultura familiar de base agroecológica, construindo conexões entre a cidade e o campo. O lançamento do documentário “Antes do Prato”, produzido pelo Greenpeace e exibido nesta manhã, apresenta a história de quatro experiências em agroecologia, através das vivências daqueles que lideram a produção e o acesso a alimentos saudáveis, enquanto preservam a natureza. 

Neste primeiro dia, dois filmes também foram lançados ao longo da programação da Jornada. Um deles é o documentário “De Quanta Terra Precisa o Homem?”, que aborda a importância da agroecologia e as lutas enfrentadas pelos camponeses de maneira única e profunda. O ponto de partida do filme é a vivência do economista Eduardo Moreira, que, após mais de duas décadas no mercado financeiro, decidiu experienciar de perto a realidade dos militantes do MST.  

Já o filme “Antes do Prato”, produzido pelo Greenpeace, apresenta a história de quatro experiências em agroecologia, através das vivências daqueles que lideram a produção e o acesso a alimentos saudáveis, enquanto preservam a natureza. 

A maior parte da extensa programação do evento ocorre no campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e na Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR). 

Confira aqui a programação completa: https://jornadadeagroecologia.org.br/programacao/ 

Fotos: Juliana Barbosa 

*Editado por Fernanda Alcântara