Futebol e Reforma Agrária
Reforma Agrária Popular: produzindo alimentos e atletas de qualidade
Por Ramiro Olivier
Da Página do MST
Em Santa Maria da Boa Vista, região do sertão de Pernambuco, lideranças regional do MST decidiram organizar a juventude inserindo o futebol como peça fundamental, juntando o lazer com o profissionalismo.
Com a coordenação de Ronaldo Rodrigues, Thalita Rocha, Adriano Wagner (Pelé) e Paulo Vieira (Popó), no início eram 15 crianças do assentamento Vitória em parceria com escola Municipal Marcos Freire. Hoje passam de 100 jovens, entres categorias masculina e feminina, onde a maioria é composta pela faixa etária entre 05 e 14 anos. A ideia surgiu na ociosidade da pandemia de Covid, com o anseio de organizar para que a juventude Sem Terra não buscassem se evadir das áreas de assentamento para buscar alternativas em outras localidades, e muitos encontraram espaço e paixão pelo esporte.
Não é novidade que o esporte tem capacidade transformadora na vida do ser humano, e nesse sentido o fruto da organização tem apresentado importantes resultados para a equipe “Escolinha do Vitória”. O nome carrega o nome de um assentamento do município, e tem ganhado destaque em toda região.
Recentemente a equipe quebrou as barreiras do município conquistando o campeonato Curaçá de futsal, cidade localizada no interior da Bahia e vai disputar o campeonato Boavistano, em Santa Maria da Boa Vista.
Ronaldo Rodrigues, organizador e liderança do MST, conta qual o objetivo desse trabalho. “O trabalho tem gerado grandes repercussões positivas para as áreas de Assentamentos aqui em Santa Maria da Boa Vista. Começamos com um número pequeno, e hoje passam de 100 jovens que são oriundos não só do Assentamento Vitória mas de diversos Assentamentos em torno. A ideia é conseguir ampliar a demanda e inserir representantes de todos os Assentamentos da região e formar uma seleção forte”
Ronaldo destaca que a luta pela Reforma Agrária também perpassa pela organização da juventude.
Precisamos dar vez e voz à nossa juventude Sem Terra, e mostrar para toda sociedade que somos bons em produzir alimentos e também somos bons em produzir bons atletas”,
concluiu Ronaldo.
Thalita Rocha, também organizadora fala da importância da participação feminina nesse contexto. “Entendemos que a participação da mulher nesses espaços é muito importante para o gênero, já que ultimamente as mulheres vêm ganhando força e destaque nesse esporte. A mulher não pode em hipótese alguma ser excluída desse espaço que lutamos pela paridade de gênero”, afirma a coordenadora.
O MST em Santa Maria da Boa Vista possui 16 assentamentos com um total de aproximadamente 3,5 mil famílias assentadas. É considerado a capital da Reforma Agrária, devido à quantidade de Assentamentos em um só município.
*Editado por Fernanda Alcântara