Futebol e Reforma Agrária
Reforma Agrária Popular: produzindo alimentos e atletas de qualidade
Vitória Esporte Clube, time de assentados da Reforma Agrária, estreia hoje (24) no Campeonato Boavistano de Futsal

Por Ramiro Olivier
Da Página do MST
Em Santa Maria da Boa Vista, região do sertão de Pernambuco, lideranças regional do MST decidiram organizar a juventude inserindo o futebol como peça fundamental, juntando o lazer com o profissionalismo.
Com a coordenação de Ronaldo Rodrigues, Thalita Rocha, Adriano Wagner (Pelé) e Paulo Vieira (Popó), no início eram 15 crianças do assentamento Vitória em parceria com escola Municipal Marcos Freire. Hoje passam de 100 jovens, entres categorias masculina e feminina, onde a maioria é composta pela faixa etária entre 05 e 14 anos. A ideia surgiu na ociosidade da pandemia de Covid, com o anseio de organizar para que a juventude Sem Terra não buscassem se evadir das áreas de assentamento para buscar alternativas em outras localidades, e muitos encontraram espaço e paixão pelo esporte.

Não é novidade que o esporte tem capacidade transformadora na vida do ser humano, e nesse sentido o fruto da organização tem apresentado importantes resultados para a equipe “Escolinha do Vitória”. O nome carrega o nome de um assentamento do município, e tem ganhado destaque em toda região.
Recentemente a equipe quebrou as barreiras do município conquistando o campeonato Curaçá de futsal, cidade localizada no interior da Bahia e vai disputar o campeonato Boavistano, em Santa Maria da Boa Vista.
Ronaldo Rodrigues, organizador e liderança do MST, conta qual o objetivo desse trabalho. “O trabalho tem gerado grandes repercussões positivas para as áreas de Assentamentos aqui em Santa Maria da Boa Vista. Começamos com um número pequeno, e hoje passam de 100 jovens que são oriundos não só do Assentamento Vitória mas de diversos Assentamentos em torno. A ideia é conseguir ampliar a demanda e inserir representantes de todos os Assentamentos da região e formar uma seleção forte”

Ronaldo destaca que a luta pela Reforma Agrária também perpassa pela organização da juventude.
Precisamos dar vez e voz à nossa juventude Sem Terra, e mostrar para toda sociedade que somos bons em produzir alimentos e também somos bons em produzir bons atletas”,
concluiu Ronaldo.
Thalita Rocha, também organizadora fala da importância da participação feminina nesse contexto. “Entendemos que a participação da mulher nesses espaços é muito importante para o gênero, já que ultimamente as mulheres vêm ganhando força e destaque nesse esporte. A mulher não pode em hipótese alguma ser excluída desse espaço que lutamos pela paridade de gênero”, afirma a coordenadora.
O MST em Santa Maria da Boa Vista possui 16 assentamentos com um total de aproximadamente 3,5 mil famílias assentadas. É considerado a capital da Reforma Agrária, devido à quantidade de Assentamentos em um só município.
*Editado por Fernanda Alcântara