Brigada Oziel Alves
Brigada Oziel Alves Nordeste II concluiu a 3º etapa com visita à Serra da Barriga
Por Mykesio Max
Da Página do MST
Fotos: Mykesio Max
No dia 27 de novembro, os brigadistas da Oziel Alves Nordeste II concluíram a terceira etapa de suas atividades com uma experiência enriquecedora: tiveram a oportunidade de visitar a Serra da Barriga, onde esteve localizado o Quilombo dos Palmares, em Alagoas.
Durante essa visita, os brigadistas puderam mergulhar nas raízes culturais e na luta pela liberdade que permeiam a história desse importante espaço da luta e resistência negra. O Quilombo dos Palmares foi um símbolo de resistência e luta contra a opressão escravista no Brasil colonial.
Liderado por figuras como Zumbi e Dandara, o Quilombo representou um solo fértil para a construção de uma comunidade livre, onde pessoas negras encontravam refúgio e lutavam por sua autonomia. Conhecer a verdadeira história desse quilombo e seus mártires é fundamental para compreendermos a importância da resistência negra em nosso país.
A visita à Serra da Barriga proporcionou aos brigadistas uma imersão na cultura e nas tradições do Quilombo dos Palmares. Eles puderam conhecer de perto os locais históricos, como o Palácio dos Governadores e o Cemitério dos Escravos Livres, que testemunharam as lutas e conquistas do povo quilombola. Além disso, tiveram a oportunidade de ouvir relatos emocionantes de descendentes quilombolas, que compartilharam suas histórias de resistência e superação.
Com a visita, os brigadistas puderam compreender a importância de preservar e disseminar a memória do Quilombo dos Palmares, para que as gerações futuras possam reconhecer a luta e o legado deixados por aqueles que lutaram por sua liberdade.
A visita ocorreu durante o mês do Novembro Negro, um período de reflexão e celebração da cultura afro-brasileira, que o MST tem promovido e se somado a diversas atividades voltadas para a luta do povo negro em todo o país.
A Brigada Oziel Alves Nordeste II é composta por militantes dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia. Essa composição regional permite uma valiosa troca de conhecimentos e culturas entre os participantes. A diversidade presente na brigada fortalece não apenas o trabalho realizado, mas também amplia as perspectivas e enriquece as experiências de todos os envolvidos.
Após visitarem a Serra da Barriga, os brigadistas empenharam-se em uma importante ação de reflorestamento. Eles plantaram mais de 100 mudas, entre frutíferas e nativas, no acampamento Che Guevara, localizado aos pés da Serra da Barriga, em União dos Palmares. Essa iniciativa teve como objetivo revitalizar o território que foi severamente destruído pela massa falida das usinas do grupo João Lira.
O bosque resultante desse trabalho recebeu o nome de Oziel Alves, como uma forma de honrar a memória do massacre dos Carajás. Esse trágico evento ocorreu em 17 de abril de 1996, no município de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, e resultou no assassinato de 19 Sem Terra pelas mãos da polícia estadual.