Denúncia
Sem Terra denunciam crime de racismo contra professora em Rondônia
Da Página do MST
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e sua militância vem a público manifestar seu repúdio a quaisquer tipos de discriminação e de preconceito racial. A diferença é uma das características que compõem os seres humanos. E é justamente na diferença que reside a vitalidade, a beleza e as múltiplas possibilidades de produção de culturas e emancipação humana.
No entanto, as diferenças, historicamente, foram representadas como produtoras de desigualdades, gerando, ao longo dos anos em nossa sociedade, preconceitos e discriminações sobre determinados grupos sociais, por conta da cor da pele, religião, gênero, orientação sexual, dentre outros marcadores sociais.
Neste sentido, esperamos que a autoridade policial realize, em tempo razoável, as investigações necessárias, para que se restabeleça na medida do possível a dignidade da professora Sandra Paixão, recentemente vítima do crime de racismo em seu ambiente de trabalho. Sobretudo, que a prática do racismo seja combatida coletivamente e suportada no rigor da lei por quem as pratica.
Sandra é professora no maternal I, da creche Reinaldo Pereira da Cruz, localizada em Alto Alegre do Parecis, em Rondônia. No último dia 27 de fevereiro, a mãe de uma aluna da creche, Sra Bruna Fernanda de Araújo Candido, pediu para que sua filha fosse trocada de sala “pois esta receosa da filha não se habituar com a professora por causa do tom de sua pele, e queria trocar sua filha de sala porque ela está muito à frente daqueles alunos burros”, informa relato do Boletim de Ocorrência.
A denúncia foi feita à polícia pela coordenadora pedagógica da secretaria de educação municipal, a coordenadora pedagógica da educação infantil do município, a diretora da creche municipal Reinaldo Pereira da Cruz e a supervisora da creche, que relataram o fato e cobraram punição para o crime.
A coordenadora afirmou que a professora vítima de racismo, pediu para ser transferida para outra unidades escolar e não lecionar mais para a turma, em virtude do crime de racismo sofrido por parte dessa mãe.
Repudiamos ainda qualquer tipo de atitude racista nos espaços de sociabilidade, em ambientes de trabalho e espaços públicos de uso comum do povo, com o intuito de ofender, coagir ou subalternizar qualquer pessoa ou grupo social em razão da cor da pele.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o nosso pacto civilizatório em construção, condenam as práticas de racismo e preconceito. Esses tipos de condutas são completamente incompatíveis com o ambiente democrático, mas que se escancarou e ganhou escala nos últimos anos. No entanto, não podem ser toleradas, tampouco normalizadas.