Menos Armas
Mulheres Sem Terra denunciam Taurus pelo aumento do feminicídio por armas de fogo
Por Coletivo de Comunicação MST São Paulo
Da Página do MST
Nesta sexta-feira, dia 8 de março de 2024, as mulheres Sem Terra do estado de São Paulo realizam um ato de denúncia e agitação e propaganda na loja Conceito AMTT, revendedora de armas das empresas de armas e cartuchos, Taurus e CBC. A ação integra a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que mobiliza mulheres em todo o país, com o lema “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos”.
O objetivo do protesto é trazer à tona e denunciar as grandes empresas que enriquecem através da produção e comercialização de armas, que possuem como alvos principais: mulheres, povos do campo, indígenas, corpos pretos, periféricos e LGBT’s. O aumento do armamento durante o governo Bolsonaro fez parte da estrutura de morte.
De acordo com investigação do The Intercept Brasil, o expressivo aumento, em especial na região norte do Brasil, tem acontecido também em terras de latifundiários, revelando mais uma ligação direta entre o agronegócio e o aumento do extermínio aos povos indígenas. Infelizmente tal feito não se encerrou na gestão passada de Bolsonaro, e a cultura das armas se propaga com o enriquecimento de poucos em detrimento da violência e assassinatos de muitos.
População armada é segurança para quem?
A violência sentida no campo, onde a sanha por lucro do agronegócio e da mineração é expressa nas sistemáticas violências sofridas pelos povos do campo, das águas e das florestas que, na busca insaciável pela concentração de territórios, passa por cima dos corpos e da natureza. O revoltante assassinato da indígena, Mestra Nega Pataxó, no Sul da Bahia, durante uma retoma de território pelo povo Pataxó Hã Hã Hãe Nega Pataxó escancara o vínculo dos (Colecionadores, Ariradores Desportivos e Caçadores) (CAC’s) com o genocídio e assassinatos de indígenas e os interesses escusos da Taurus que, como aponta o último relatório do De olho nos ruralistas, possui terras ilegais em territórios indígenas.
Essas empresas também atacam a democracia no país, financiando a bancada da bala e do agro, também conhecidas como bancadas da morte. Além de financiar campanhas de candidatos como a de Ricardo Salles e Luiz Felipe de Orleans e Bragança (PL-SP).
No Governo Bolsonaro, a Taurus quadruplicou suas ações. No primeiro semestre de 2023, a empresa registrou um aumento na exportação de armas de fogo para Israel. No primeiro trimestre deste ano, após o inicio da guerra contra a Palestina, a Taurus faturou R$ 4,9 milhões em vendas para Israel.
“Estamos vivendo um momento perverso em que a produção de armas, o golpe e o agronegócio se unificam para sustentar esse modelo de destruição dos nossos corpos, nossos territórios e na destruição ambiental”, afirmam as mulheres Sem Terra em SP.
As armas de fogo são responsáveis hoje, por 51% dos assassinatos de mulheres, destas 70% são de mulheres negras.
A ação das mulheres Sem Terra é pela vida! Por Nega Paltaxó, pela vida das mulheres palestinas que estão sendo assassinadas na Faixa de Gaza, com suas crianças e bebês e por todas as mulheres originárias que perderam suas vidas na luta pela terra.
Lutaremos! Por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos!
*Editado por Solange Engelmann