Ditadura Militar
7 filmes sobre o que foram os anos de chumbo no Brasil
Nesses 60 anos do golpe militar, confira alguns filmes para relembramos os tempos sombrios do regime militar no país

Por Juca Oliveira
Da Página do MST
1 O dia que durou 21 anos

A história do documentário é sobre os relatórios confidenciais que revelam a estratégia dos EUA em relação ao golpe militar de 1964 no Brasil. O embaixador norte-americano Lincoln Gordon e o presidente Kennedy buscavam impedir que o governo brasileiro se inclinasse para a esquerda. Após a nacionalização de empresas americanas e a proposta de reforma agrária por Goulart, os EUA intensificaram seus esforços para afastá-lo.
Gordon solicitou apoio financeiro para opositores de Goulart e sugeriu a utilização do IPES para produzir propaganda política pró-golpe. Após a morte de Kennedy, o presidente Johnson continuou a política hostil contra Goulart. Com o Discurso da Central do Brasil a favor das Reformas de Base, muitos militares temiam a instauração de um regime comunista. Gordon pediu o envio de uma frota naval para apoiar o golpe, que foi rápido e resultou na posse de Ranieri Mazzilli como presidente. Os EUA reconheceram o novo governo, continuaram a apoiá-lo, resultando em um crescente sentimento de antiamericanismo. Confira AQUI.
2 O que é isso, companheiro?
Trata-se de uma produção cinematográfica brasileira de 1997, sob a direção de Bruno Barreto. O roteiro é inspirado em partes no livro de mesmo nome, escrito por Fernando Gabeira, em 1979. O filme, produzido por Luiz Carlos Barreto, tem como protagonistas Pedro Cardoso e Fernanda Torres.
A trama narra, com várias adaptações fictícias, o episódio real do rapto do embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, ocorrido em setembro de 1969. O ato foi realizado por membros dos grupos de guerrilha de esquerda MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que se opunham ao regime militar estabelecido no Brasil em 1964. Em relação aos personagens associados à guerrilha, alguns tiveram seus nomes alterados em comparação com seus nomes autênticos no livro e na realidade. Assista o filme completo AQUI.
3 Batismo de sangue

O filme dirigido por Helvécio Ratton é baseado no livro homônimo de Frei Betto, lançado originalmente em 1983, que é vencedor do prêmio Jabuti. O enredo mostra que no final da década de 60, na cidade de São Paulo, os frades dominicanos se tornam uma forte resistência à ditadura militar brasileira, apoiando o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional.
Após serem torturados e revelarem informações sobre o grupo, seu líder, Carlos Marighella, é executado. Os frades são presos, julgados e condenados a quatro anos de prisão. A exceção é Frei Tito, que é libertado em troca do embaixador suíço e se exila na França, mas acaba se suicidando devido às sequelas psicológicas da tortura. Veja AQUI.
4 Memórias femininas na luta contra a Ditadura Militar (2015)

O filme dirigido por Maria Paula Araújo é um média metragem documental de um projeto do Laboratório de Estudos do Tempo Presente (Instituto de História/UFRJ), que aborda a trajetória de mulheres que atuaram na resistência à ditadura militar brasileira. A história é contatada a partir de depoimentos do acervo “Marcas da memória: história oral da anistia no Brasil”. Confira AQUI.
7 Eles Não Usam Black-Tie

O longa-metragem de 1981, dirigido por Leon Hirszman, passa em São Paulo e conta a história de Tião (Carlos Alberto Riccelli), um jovem metalúrgico que participa de um movimento grevista.
Paralelo a isso, ele descobre que sua companheira Maria (Bete Mendes) está grávida e então os dois decidem se casar. Nesse momento turbulento, o protagonista fura a greve com o receio de perder o emprego, e isso o leva ao um conflito com o pai, Otávio (Gianfrancesco Guarnieri, que também é um dos roteiristas e tem o filme baseado em sua peça de teatro.) Um antigo militante do movimento operário que já havia passado 3 anos na cadeia durante a Ditadura militar. O filme também está disponível no GloboPlay. Assista AQUI.
6 Marighella

O líder comunista, vítima de prisões e tortura, parlamentar, autor do mundialmente e traduzido “Manual do Guerrilheiro Urbano”, o filme é dirigido por Isa Grinspum Ferraz e conta a história de Carlos Marighella que atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969, e foi considerado o inimigo número um da ditadura militar brasileira.
Mas quem foi esse homem, baiano, poeta, sedutor, amante de samba, praia e futebol, cujo nome foi por décadas impublicável? O filme, dirigido por sua sobrinha, é uma construção histórica e afetiva desse homem que dedicou sua vida a pensar o Brasil e a transformá-lo através de sua ação. Confira AQUI.
7 O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias

O filme foi selecionado para representar o Brasil no Oscar de 2008, de melhor filme estrangeiro. O longa foi um dos 9 filmes mais votados pelos membros do Oscar, mas não chegou a ser finalista. A trama conta a história de Mauro, um garoto mineiro que adora Futebol e Futebol de botão, que vê seus pais saindo de férias quando na verdade estão fugindo das perseguições do regime militar e o garoto acaba ficando com seu avô paterno.
No ano de 2015 o filme integrou a lista dos 100 melhores filmes brasileiros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). A paixão nacional do esporte como anestesiante político em um ano de Copa do Mundo, e a ditadura na década de 1970, narram muito bem o contexto histórico do momento. Veja AQUI. O filme também está disponível no Google Play.
*Editado por Solange Engelmann