Reforma Agrária Popular
No ES, MST ocupa Fazenda Coqueirinho em São Mateus
Por Mariana Motta
Da Página do MST
Cerca de 200 famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta quarta-feira, 17, a Fazenda Coqueirinho, no município de São Mateus, no Espírito Santo. A fazenda, com 294 hectares, conta também com uma parte devoluta de 28 hectares está localizada na Rodovia 381 Miguel Cury Carneiro.
A Fazenda Coqueirinho já foi sede de uma antiga fábrica de farinha de mandioca chamada Inquinor, a área está na justiça federal por conta do não cumprimento de direitos trabalhistas.
A atividade faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que faz memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, com o assassinato de 21 Sem Terra. Neste ano de 2024, com o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, a Jornada Nacional em defesa da Reforma Agrária é apresentada pelo Movimento como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, com o objetivo de combater a fome e avançar no desenvolvimento do país.
Na tarde do dia 17, proprietários ligados ao Movimento Invasão Zero fizeram ameaças e cercaram a entrada do acampamento em São Mateus no ES. Foram cerca de 30 carros populares, incluindo de empresas, tratores agrícolas e drones que estiveram na entrada do acampamento cercando e fazendo pressão. Os integrantes são proprietários, empresários e apoiadores do ex-presidente Bolsonaro e proferiam falas de baixo calão contra os trabalhadores.
O Movimento aponta que conta com o trabalho da Polícia Militar empenhada no papel de zelar pela integridade física das famílias, sob ameaças dos proprietários. O governo do estado já acionou a Secretaria de Segurança e o sistema de inteligência do estado do Espírito Santo.
O movimento reivindica que a Fazenda Coqueirinho seja desapropriada para construção de novo assentamento. Além disso, o MST exige orçamento do Governo Federal atenda a pauta histórica do Movimento, com a criação de um plano nacional para assentamento das mais de 60 mil famílias acampadas em todo país, além da necessidade de garantir política de crédito para as famílias assentadas, investir em infraestruturas para garantir o fortalecimento da produção de alimentos, investir recursos no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), entre outras demandas.
As ações da Jornada enfatizam a importância da Reforma Agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, para combater a fome, e avançar no desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político. Em uma conjuntura onde o orçamento da pasta dessa política pública é por dois anos consecutivos, o menor dos últimos 20 anos.
*Editado por Fernanda Alcântara