Reforma Agrária
Após reunião com o INCRA e MDA em Pernambuco, a Reforma Agrária tem avanços no Estado
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Por Hanyelle Ohane
Da Página do MST
Na tarde do dia 19 de abril, a Direção do MST em Pernambuco e a Deputada Estadual Rosa Amorim estiveram reunidas com a delegação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) nacional e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Durante a reunião, o movimento destacou questões chave para a Reforma Agrária no estado. Entre os pontos principais, ressaltaram-se a necessidade de transferir terras do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a criação de novos assentamentos. Além disso, o coletivo enfatizou a importância de progredir em várias frentes, como a vitória nas regiões de Caruaru (Santa Teresa) e Goiana (Usina), a regularização das famílias, o avanço no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), a aquisição e arrecadação de uma fábrica e terras da Farm Fruit em Santa Maria da Boa Vista, e a agilidade na liberação de créditos.
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Significativas conquistas foram alcançados para a região de Galiléia: foi garantida a realização de vistorias nas propriedades da Fazenda Soledade, localizada entre Glória do Goitá e Pássira-PE, bem como nos acampamentos General Abreu e Lima e Luiz Gonzaga, ambos situados no Cabo de Santo Agostinho-PE. Além disso, pela primeira vez, a Usina São Francisco demonstrou abertura para negociar um acordo que permita o assentamento das famílias acampadas na região, demarcando um possível avanço na resolução dessa questão.
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De acordo com dados do IBGE, em Pernambuco, existe um contingente significativo de 243.000 famílias Sem Terra, cujo potencial produtivo permanece subutilizado devido à falta de acesso à terra. Durante uma recente Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, o movimento conseguiu mobilizar 6 mil famílias em 11 municípios de Pernambuco. Houve 14 ocupações de terras improdutivas, além de dois bloqueios de estradas (em Petrolina e Santa Maria da Boa Vista).
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Jaime Amorim, Dirigente Nacional do MST em Pernambuco, ressalta: “A cada família assentada na Reforma Agrária, é uma família a menos escrava do latifúndio, e cada metro quadrado de terra desapropriada é um metro quadrado a menos nas mãos do latifúndio.” Ele acrescenta: “Nós saímos da Jornada Nacional de Luta pela Terra em defesa da Reforma Agrária, e conseguimos avermelhar muitas áreas de muitos acampamentos! Retornamos felizes porque primeiro cumprimos um papel importante, lutamos para que a Reforma Agrária seja feita, em segundo lugar pelas conquistas que obtivemos, e assim continuaremos a alimentar os sonhos do povo sem terra, e em terceiro lugar, nós pertencemos a uma grande família chamada MST!”
OCUPAR PARA O BRASIL ALIMENTAR!