JURA 2024
Unemat recebe 11ª edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária
Por Safira Campos
Da Página do MST
A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), no campus de Tangará da Serra, recebeu a 11ª edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura). Esta é a primeira vez que a instituição acolhe o evento. Proposta pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para debater a questão agrária nas universidades, a jornada tem ocorrido desde abril em mais de 50 instituições de ensino superior em todas as cinco regiões do país.
Neste ano, a jornada tem o lema “MST: 40 anos de Luta e Construção!” e celebra a trajetória histórica do movimento, destacando seu protagonismo na luta pela terra e sua importância como um dos principais movimentos populares da América Latina. Na Unemat, a programação na sexta-feira (24.05) incluiu atividades voltadas para a discussão e reflexão sobre a questão agrária brasileira e contou com uma feira de produtos do Assentamento Antônio Conselheiro, além de apresentação de poesias e uma roda de conversa.
A roda de conversa contou com a participação da professora Cecília de Campos França, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Linguagem; de Irineu Marcelo, da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso (UEE-MT); de Jacira Silva, do Levante Popular da Juventude de Mato Grosso; e de Valdir Alves da Silva, representante do MST e morador do assentamento Antônio Conselheiro. A mediação foi realizada pelo professor de jornalismo Eduardo Medeiros, que destacou a importância do evento acadêmico que visa aproximar a realidade da reforma agrária junto à comunidade universitária.
“A Jura já acontece há dez anos em várias universidades do país e há seis anos em Mato Grosso. Esta foi a primeira vez que a jornada foi realizada aqui, em Tangará. A jornada possibilita levar à comunidade acadêmica um debate sobre a reforma agrária, além de apresentar um modelo alternativo de produção agrícola baseado na agroecologia e em uma relação mais harmoniosa com a natureza, especialmente relevante no contexto das mudanças climáticas”, afirmou Medeiros.
Para Valdir da Silva, o maior objetivo do evento foi debater a importância de cumprir a Constituição Federal na realização da reforma agrária em terras improdutivas e com problemas sociais. “A Jura trouxe elementos essenciais que destacam a importância de fazer cumprir a Constituição brasileira, cobrando dos governantes a realização da reforma agrária em terras que não cumprem a função social, são improdutivas ou estão envolvidas em denúncias de trabalho escravo e crimes ambientais. Além disso, a Jura busca dialogar com a sociedade através da concretização da reforma agrária, exemplificada pela feirinha da reforma agrária, que apresenta uma rica diversidade de produtos. São mais de 14 variedades, incluindo folhosas, tubérculos e frutas”, destacou.
“Fico muito feliz em ocuparmos o espaço da universidade para promover uma ação tão importante que traz a luta pela reforma agrária e mostra a necessidade de pensarmos um modelo de sociedade alternativo, que valorize a natureza, a justiça social e a alimentação saudável”, fortaleceu Jacira Silva, do Levante.
Na Unemat, o evento contou com o apoio dos cursos de Jornalismo, Ciências Biológicas e Letras, do Centro Acadêmico de Jornalismo, do Levante Popular da Juventude, do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), da União Estadual dos Estudantes de Mato Grosso (UEE-MT), da Frente Brasil Popular, do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), da Rede Interdisciplinar de Pesquisa da Amazônia (Ripa), do Laboratório de Pesquisa e Extensão em Avicultura Familiar (Avifam) e da Sociedade Alternativa La Comuna.
*Editado por Fernanda Alcântara