Solidariedade Sem Terra

Mutirão Plantio Solidário: É preciso cuidar da natureza e de seus povos

Atividade em Juiz de fora (MG) reúne mais de 40 pessoas em mutirão de preparo do solo para plantio, onde a produção será destinada para ações de solidariedade
Foto: Sara Gehren

Por Matheus Teixeira e Michelle Capuchinho
Da Página do MST 

No último sábado (01), o MST na região da Zona da Mata mineira realizou um grande mutirão de limpeza e plantio de áreas de produção em novo acampamento. A atividade contou com companheiros de diferentes assentamentos, parceiros e amigos numa ação de solidariedade, onde foi limpo mais de um hectare de terra com o intuito de implantar hortas para doação de alimentos às famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social em Juiz de Fora.

O acampamento completou um mês de existência e resistência, celebrando a luta pela terra numa atividade que reforça um nobre princípio do Movimento Sem Terra, a SOLIDARIEDADE. A perspectiva de desenvolvimento da área é se tornar um núcleo de cooperação e produção agroecológica.

A ação foi organizada junto ao coletivo do projeto Plantio Solidário, na semana do meio ambiente, e integra as atividades da Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos, que tem como objetivo construir e intensificar ações de solidariedade às famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e de denunciar o agronegócio frente à crise ambiental e o aumento dos eventos climáticos extremos.

Atividades como o mutirão reafirma o potencial do trabalho cooperado realizado pelas famílias do MST, e mostra que ações como essa tem o potencial de construir novas relações com a natureza, de trabalho e de vida, colocando em prática o verdadeiro projeto da Reforma Agrária Popular, um projeto antagônico ao projeto do capital, e que tem na vida, sua pauta central.

Cada dia mais se faz necessária a denúncia contra as grandes transnacionais que monopolizam e oligopolizam o mercado, implantando destruição em uma lógica violenta para os seres humanos e para a natureza.

O atual modelo de desenvolvimento do capital alicerçado no agronegócio tem a produção completamente voltada para o lucro em detrimento da vida, e vem gerando as mudanças climáticas. Este conceito é o principal responsável pelos grandes desastres que estamos enfrentando, como o que aconteceu no estado do Rio Grande do Sul, é definitivamente o sinal de esgotamento desse modelo. 

O MST defende e constrói o projeto da Reforma Agrária Popular, que articula proteção ao meio ambiente com a matriz produtiva da agroecologia e as relações cooperadas, respeitando a diversidade dos povos e da natureza.

Foto: Sara Gehren

*Editado por Fernanda Alcântara