Defesa da Natureza

Em ação no diretório do PL em SP, MST denuncia Pacote da Destruição

Protesto integra a "Jornada Nacional em Defesa da Natureza" e alerta para os verdadeiros inimigos do clima
Ação ocorreu no Dia Mundial do Meio Ambiente. Foto: MST

Da Página do MST

Na manhã desta quarta-feira (5), a Juventude Sem Terra realizou um protesto em frente ao diretório do Partido Liberal (PL), em São Paulo (SP). O ato teve o objetivo de denunciar a atuação do partido e de outras siglas da direita na aprovação do “Pacote da Destruição”, conjunto de leis que buscam flexibilizar a legislação ambiental. Desde o último sábado, o MST realiza a “Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos”.

Fazem parte deste pacote 25 projetos de lei e 3 propostas de emenda à Constituição que atingem diretamente temas sensíveis ligados ao meio ambiente, como licenciamento ambiental, grilagem de terra, direitos dos povos tradicionais, recursos hídricos e mineração. Este Pacote é articulado, principalmente, por segmentos reacionários do Congresso Nacional, em especial, a bancada ruralista. Muitos dos parlamentares envolvidos neste projeto (seja em sua autoria, relatoria ou função similar) são filiados a partidos conservadores, como é o caso do PL, que ainda mantém em sua agenda uma atuação em função da destruição ambiental.

Tal conjunto de projetos de lei avança em um momento no qual toda nossa solidariedade está voltada para atender as vítimas a enchentes no Rio Grande do Sul e reconstruir lares e comunidades. Ou seja, aqueles parlamentares aprovam suas pautas anti-natureza mesmo diante da maior evidência da história brasileira de como é necessário cada vez mais leis que protejam o meio ambiente, seus povos e evitem catástrofes aquela.

É o momento de apontar os verdadeiros inimigos do clima. Com este protesto, o MST denuncia que as responsabilidades pela crise ambiental não devem ser compartilhadas igualmente pela humanidade. Existem alguns responsáveis diretos pelo que ocorre e devem ser identificados. No Brasil, o agronegócio está diretamente ligado à crise climática, com seu modelo destrutivo, que desmata, queima, e se apropria dos bens comuns da natureza, como a terra, a água, as sementes. Somente a agropecuária respondeu por 97% de toda a perda de vegetação no Brasil não só no ano passado, mas também ao longo dos últimos cinco anos.

A Reforma Agrária Popular é uma saída urgente e necessária para combater a crise ambiental no Brasil. Ela é um projeto no qual o campo brasileiro volta-se, verdadeiramente, para um projeto destinado à produção de alimentos saudáveis, livre do uso de agrotóxicos, de fertilizantes químicos, das sementes transgênicas, do monocultivo, que, ao desenvolver a sua produção, também avance na proteção da natureza e dos bens comuns e na recuperação de áreas degradadas pelo agronegócio.