Cultura

Assentamento do MST no Ceará realiza Festival Junino da Reforma Agrária

No ultimo dia 05 de julho, o Assentamento Monte Alegre em Tamboril - Ceará realiza a XXIV edição do Festival de quadrilhas juninas da reforma agrária. 
O Assentamento Monte Alegre em Tamboril – Ceará realiza a XXIV edição do Festival de quadrilhas juninas da reforma agrária. Foto: Flaviana Alencar.

Por: Gene Santos
Da Página do MST

As festas juninas fazem parte da cultura camponesa e das tradições dos assentamentos de reforma agrária. No Ceará, os meses de junho e julho são marcados por muita animação, com os festejos nas comunidades. No ultimo dia 05 de julho, o Assentamento Monte Alegre em Tamboril – Ceará realiza a XXIV edição do Festival de quadrilhas juninas da reforma agrária. 

O festival da reforma agrária é organizado pelo Arraiá Força Jovem do Assentamento Monte Alegre. O evento conta com muita comidas típicas, musicas e apresentações de grupos juninos de assentamentos, acampamentos e comunidades de diversos municípios da região. De acordo com Vanda Santos da Coordenação do Arraiá Força Jovem “nosso festival é momento de celebrar nossas alegrias, de afirmar a reforma agrária como uma saída para superação da miséria. É momento de denunciar diversas injustiças, momento de afirmar a luta do MST para mudar a sociedade, de vivenciar de valores e intercâmbio e troca de experiencias entre nossas comunidades” Santos afirma ainda que: “ estamos há 24 anos organizando nosso festival, aqui já passaram grupos juninos de assentamentos, acampamentos, aldeia indígenas, comunidades quilombolas. Hoje estamos alegres por chegar o dia de nossa festa, estamos há meses nos preparando para esse momento. Esse ano definimos homenagear os 40 anos do MST, foram 08 meses de muita pesquisa e ficamos felizes por ver nossa luta e nosso movimento sendo homenageado em quadra”.

O festival desse ano contou com apresentação dos grupos juninos do município de Tamboril, sendo eles: Arraiá Estrela do Norte do Assentamento 02 de Maio, Junina Brilho do Sertão da Cidade de Tamboril, Arraia Mirim do Assentamento Monte Alegre, Arraiá Força Jovem do Assentamento Monte Alegre e Arraiá Asas do Sertão do Assentamento Santana em Monsenhor Tabosa. Os grupos juninos trouxeram para o salão diversos temas dentre estes: homenagem aos 40 anos do MST no Brasil, festas juninas, cultura como ferramenta de transformação social, religião de matrizes africana como resistências e fortalecimento de identidades, homenagem a vaqueiros e camponeses.

Foto: Flaviana Alencar.

Os Festejos Juninos Iniciam Antes de Junho

Os grupos juninos de Assentamentos, acampamentos e comunidades camponesas fazem suas apresentações nos meses de junho e julho, mas o preparativos inicia bem antes. Segundo Gilvando Santos da coordenação do Arraiá Força Jovem do Assentamento Monte Alegre, “iniciamos as reuniões e debates ainda no mês de Outubro do ano passado, nosso primeiro debate é sobre o Tema. Que tema queremos abordar. Após coletivamente definir tema, passamos a realizar pesquisas sobre o tema, realizamos seminários com os brincantes e comunidade, após a definição inicia a organização do repertório e adereções”.

Os adereços são confeccionados pelos próprios brincantes, em sua grande maioria utilizando materiais reciclados na própria comunidade. Para essa confecção o grupo junino realiza oficinas envolvendo os brincantes e comunidade.

Após a quaresma inicia-se os ensaios. Em sua grande maioria os ensaios são realizados em grandes terreiros nos assentamento, ou em quadras de escolas (na comunidade que tem quadra). São cerca de 03 meses de ensaios  até chegar o momento das apresentações juninas.

Foto: Flaviana Alencar.

No final de Maio os grupos organizam sua agenda de apresentações que costumam seguir até a ultima semana de Julho, ou primeira semana de Agosto. As apresentações seguem sempre um cronograma que vai desde apresentações em festivais regionais, festivais estaduais, mas, o mais significativo é os festivais locais realizados em cada comunidade. Gilvando diz que “há uma solidariedade muito grande entre os grupos, a muita troca de experiencias. Entre nossos grupos não há disputas. Todos participam do festival de cada local”. Então, após terminar as agendas de apresentações dos grupos, inicia-se as preparações para as apresentações do ano seguinte.

Foto: Flaviana Alencar.

*Editado por Gabriel Vargas