América Latina

 Bolívar e o sonho da Pátria Grande: coragem, resistência e esperança

Há 241 anos nascia Simón Bolívar, grande lutador latino-americano
Mural do libertador Simón Bolivar em San Antonio, no estado de Tachira, Venezuela. Foto: Luis Robayo_AFP

Por Martha Raquel
Da Página do MST

“Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição”

Simón Bolívar

Coragem e resiliência formam a base de um revolucionário. E para todas e todos aqueles em que corre nas veias o sangue latino-americano, Simón Bolívar representa não só essas características, mas também força e inspiração. 

Nascido nesta data, 24 de julho, em 1783, “El Libertador”, como era conhecido Bolívar, foi um agente determinante na luta pela independência da América Latina do domínio colonial espanhol no início do século XIX. Com uma visão internacionalista, ele foi um dos precursores do latino-americanismo, ideologia que promove a unidade e a solidariedade entre países da América Latina.

Bolívar sonhava com uma América Latina unida e, para tanto, liderou movimentos de independência em vários países e teve sucesso na independência de cinco deles: Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Ele acreditava que a união política e econômica dos novos estados independentes era essencial para garantir a soberania e a estabilidade da região diante das potências estrangeiras.

Defensor da diplomacia como meio de resolver conflitos e fortalecer alianças, ele negociou vários tratados entre as nações latino-americanas e incentivou o reconhecimento mútuo entre os novos estados. Bolívar buscava, no dia a dia, articular uma identidade latino-americana baseada nos comuns e na cultura para o fortalecimento da política regional frente aos interesses da colonização e do imperialismo. 

“Colombianos! A minha última vontade é a felicidade da pátria. Se a minha morte contribuir para o fim do partidarismo e para a consolidação da União, baixarei em paz à sepultura”, declarou Simón Bolívar em seu último discurso ao povo da Colômbia (8 de dezembro de 1830), conforme citado no “Man of Glory: Simón Bolívar” (1939), de Thomas Rourke. 

Bolívar entendeu muito cedo que é preciso ter unidade na luta contra o colonialismo, o capitalismo selvagem e o neoliberalismo que destroem diariamente a vida de milhões de pessoas. Seu legado é exemplo ainda nos dias atuais, fazendo com que suas visões e ações sejam replicadas em toda a Pátria Grande. A solidariedade e a cooperação entre os povos latino-americanos seguem influenciando as políticas e as relações internacionais latino-americanistas. 

A vida e morte de Bolívar inspira, encoraja e fortalece a luta ainda necessária contra o imperialismo e as opressões. O Bolivarianismo e a esperança da Pátria Grande seguem reforçando a importância da identidade e da unidade regional em busca da libertação dos povos. Que sejamos braços, pernas e mente daquele que ousou acreditar na soberania dos povos latino-americanos. 

*Editado por Solange Engelmann