Reforma Agrária Popular

Em São José do Calçado, MST retoma luta pela terra em área do governo capixaba

A área no Espírito Santo já havia sido ocupada em 2001; Ação das famílias reivindica novamente a Reforma Agrária no local
Foto: MST no ES

Por Mariana Motta
Da Página do MST

Na manhã desta segunda-feira, 12 de agosto de 2024, famílias trabalhadoras fazem a ocupação da área onde era a Fazenda Experimental da UFES, localizada no município de São José do Calçado, pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo.

Organizadas no MST, as famílias reivindicam a concretização da reforma agrária enquanto uma saída importante contra a desigualdade social e pela garantia de direitos básicos a população como a moradia, trabalho e alimentação digna. O Movimento Sem Terra luta pela área para reforma agrária também pela razão  de que o programa do Governo Federal estabelece que as áreas públicas tanto do governo federal e do governos estaduais que estão disponíveis para a realização da reforma agrária. 

Medindo 121 hectares e situada a um quilômetro da Rodovia ES–484, no Km 36, a Área Experimental da Ufes em São José do Calçado possui algumas instalações direcionadas para o ensino, pesquisa e extensão. Mas área já não estava sendo utilizada para esta função, conforme documento Nº. 23068.019893/2021-11 do Conselho Departamental do Centro de Ciências Agrárias e Engenharias da UFES a área que antes era a Fazenda Experimental foi devolvido ao Governo Estadual do Espírito Santo. 

Com o programa agrário do MST de Reforma Agrária Popular, a área tem forte potencial para ser palco das experiências de produção agroecológica, combinando a produção de alimentos, com o cuidado ao meio ambiente e as pessoas, sendo possível dar continuidade e vida as pesquisas que o CAUFES – CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS vinha desenvolvendo na área em anos anteriores. 

É válido delimitar que em território capixaba o MST organiza outros 12 acampamentos, com cerca de 1.600 famílias Sem Terra acampadas na resistência ativa na luta pela terra, pela reforma agrária e pela transformação social. Parte destes acampamentos são produtivos, numa realidade de luta cotidiana que mesmo ainda sem a conquista da terra, as famílias produzem para sua auto sustentação e também comercializam seus produtos, desta forma, uma das perspectivas da ocupação é se se somar a essas experiências, conciliando o acampamento com o desenvolvimento da produção de alimentos.

*Editado por Fernanda Alcântara