Violência no Campo
Famílias acampadas no norte da Bahia sofrem atentado com arma de fogo
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Famílias acampadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA denunciam que, desde o mês de julho, estão sofrendo ameaças e ataques de um grupo de fazendeiros que se denomina ‘criadores de gado’ na região.
Em relato, acampados denunciam que os ataques começaram no dia 23/07, onde dois indivíduos que não foram identificados estavam em motocicletas e efetuaram disparos de tiros com arma de fogo na área do acampamento e depois fugiram do local.
As denúncias destacam que desde então as violências se tornaram constantes, com ameaças e ataques que vão desde intimidação das lideranças, invasão nas propriedades para retirada de madeiras de forma ilegal, destruição de cercas e plantações, até invasão e demarcação irregular de áreas que pertencem aos acampamentos.
Os ataques têm sido direcionados as famílias do acampamento União – MPA, com 150 famílias, e do acampamento Lúcia de Almeida – MST, com 120 famílias, ambas localizadas no Perímetro Irrigado de Ponto Novo, onde resistem há mais de 8 anos na área. Até agora nenhuma pessoa foi ferida e estão sendo realizados boletins de ocorrência.
Diante desse contexto complexo, o MST solicita a intervenção do Estado da Bahia e dos órgãos responsáveis para apuração dos fatos, ao mesmo tempo em que reforça a necessidade da realização com a devida celeridade no processo, efetivando os encaminhamentos das últimas reuniões e objetivando a regularização do perímetro para assentar as famílias acampadas, pois a agilidade nos procedimentos evitará conflitos maiores uma vez que pessoas da localidade e lideranças do MST correm sérios riscos.
O MST ressalta que em reunião com SDR, SEAGRI e SERIN no mês de outubro de 2023 ficou encaminhada uma visita técnica com o prazo de até o dia 22 de maio de 2024, porém até o momento não se efetivou. Ainda este ano, foram realizadas reuniões com a Casa Civil, SERIN, SDR e SEAGRI, para tratar do assunto, no entanto, não se obteve respostas concretas para atender as demandas dos movimentos.
O MST solicita ao Governo do Estado da Bahia atenção e agilidade para banir dos ataques e urgência na tomada de decisão para garantir a segurança das famílias que ali resistem.
*Editado por Fernanda Alcântara