Acusações Falsas

Resposta às Fake News: MST não é responsável pelas queimadas em São Paulo

As queimadas em áreas de produção canavieira são, na verdade, sintomas de um modelo de agronegócio insustentável que domina o campo brasileiro
Incêndio na região de Votuporanga, no interior de São Paulo. Foto: Defesa Civil de SP

Da Página do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público repudiar as falsas acusações que nos responsabilizam pelas recentes queimadas no interior de São Paulo, especificamente na região de Ribeirão Preto. Essas alegações sem fundamento têm como único objetivo desviar a atenção das verdadeiras causas dos incêndios e nos criminalizar por lutarmos por uma Reforma Agrária justa e sustentável.

As queimadas que ocorreram em áreas de produção canavieira são, na verdade, sintomas de um modelo de agronegócio insustentável que domina o campo brasileiro. Este modelo se sustenta pela concentração fundiária, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a degradação das condições de trabalho e exploração dos recursos naturais.

Além disso, o agronegócio se beneficia diretamente de recursos públicos, muitas vezes em detrimento de políticas que poderiam fortalecer a agricultura familiar, a produção de alimentos saudáveis, sustentáveis, essenciais para a Soberania e Segurança Alimentar.

As queimadas e outros crimes ambientais cometidos pelo agronegócio são sentidos primeiramente, e de forma mais intensa, pela classe trabalhadora e pelas comunidades rurais.

As queimadas ocorridas na região de Ribeirão Preto são mais uma evidência do fracasso do modelo capitalista de produção que predomina no campo.

O MST reafirma seu compromisso com um projeto popular de uso e ocupação da terra, que propõe uma Reforma Agrária Popular voltada para a agroecologia. Este modelo busca destinar latifúndios improdutivos e áreas que cometem crimes ambientais para trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, promovendo uma relação sustentável com a natureza.

O MST espera que o Ministério Público, políticos locais das áreas atingidas e agentes da sociedade civil investiguem e cobrem do Estado investigação para que os envolvidos diretos neste crime sejam punidos na forma da lei.

Da mesma forma, o MST espera que as Áreas de Proteção Permanente (APPs) queimadas pelo incêndio criminoso sejam restauradas pelos responsáveis por sua conservação, não se tornando mais um triste exemplo de expansão agrícola do agronegócio sobre a natureza.

O MST segue firme em sua luta por um campo mais justo e sustentável e repudia qualquer tentativa de criminalização baseada em mentiras e desinformação.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
26 de agosto de 2024.