Milhares de pessoas nos EUA estão enviando carga emergencial de farinha para Cuba

Por Peoples Dispatch*

Em 30 de agosto, ativistas com base nos EUA entregaram 800 toneladas de farinha a Cuba por meio da campanha “Let Cuba Live: Bread for our Neighbors” (Deixe Cuba Viver: Pão para nossos vizinhos). Essa campanha vem sendo preparada há meses, com o Peoples Forum, sediado nos EUA, arrecadando centenas de milhares de dólares em doações, e pretende combater os efeitos do regime mortal de sanções dos EUA e do bloqueio contra Cuba. Mais de 1.300 pessoas fizeram doações para a campanha.

“O conceito da campanha é simples: Cuba é nossa vizinha, e não podemos deixar que nossos vizinhos passem fome”, disse Manolo De Los Santos, diretor executivo do People’s Forum. “Essa fome é imposta diretamente pela Casa Branca, e Biden poderia acabar com ela imediatamente, se desse a Cuba a possibilidade de comercializar livremente.”

Cuba está enfrentando uma considerável crise alimentar devido à contínua guerra econômica dos EUA contra a ilha socialista. Embora o Departamento de Estado dos EUA afirme que seu bloqueio a Cuba isenta as remessas de alimentos, medicamentos e outros produtos humanitários, até mesmo as autoridades estadunidenses concordam que isso não reflete a realidade. Como disse o Secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, em março: “Há um impedimento significativo para o comércio em Cuba devido à legislação [dos EUA] que exige o pagamento antecipado em dinheiro em dólares americanos, o que torna muito, muito difícil a realização de grande parte do comércio [agrícola].”

Os próprios organizadores da campanha relataram ter enfrentado desafios significativos para obter o pão para Cuba, apesar de terem recebido doações de milhares de pessoas com consciência social nos EUA.

“Os organizadores da campanha entraram em contato com 14 produtores de grãos diferentes nos EUA para fazer a compra em massa, mas não receberam uma única resposta positiva.

Para que a entrega fosse bem-sucedida, os grãos tiveram que ser enviados da Turquia e sofreram atrasos devido à política do governo dos EUA de assédio extremo e arbitrário ao comércio exterior de Cuba, que tem como objetivo criar desespero para o povo de Cuba e que tem graves consequências”, relataram os ativistas da Bread for our Neighbors.

*Traduzido por Natalie Illanes Nogueira.