Identidade Coletiva

MST inicia a 1ª Copa de Futebol da Reforma Agrária no Paraná, neste domingo (08)

Partidas acontecem com festa no assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas
Esporte e cultura são direitos dos/as camponeses/as. Foto: Juliana Barbosa / MST-PR

Por Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Da Página do MST

No próximo domingo (08), acampadas(os) e assentadas(os) do MST entram em campo para dar o pontapé inicial na 1ª Copa da Reforma Agrária do Paraná. O torneio será realizado no assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, e reunirá times de comunidades da região Norte do estado. Os jogos iniciam às 08h e o dia segue com um grande almoço coletivo, com costela de chão preparada pelas famílias. A previsão de público é de 1.500 pessoas.

A fase inicial conta com 18 clubes: 4 femininos e 14 masculinos das comunidades Herdeiros da luta de Porecatu, em Porecatu; Fidel Castro, de Centenário do Sul; Maila Sabrina, de Ortigueira; Dorcelina Folador, de Arapongas, e Eli Vive, de Londrina. Acampadas (os) e assentadas (os), filhas(os) de assentados que tenham vínculo com a comunidade e a organização são prioridade para jogar, mas trabalhadores/as urbanos também participam das partidas.

Após as etapas regionais, as equipes campeãs se enfrentam para decidir quem levanta a taça estadual. As demais partidas pelo Paraná devem acontecer a partir de 19 de outubro.

Foto: Juliana Barbosa / MST-PR

“No Paraná, a Copa da Reforma Agrária vem para dar unidade a quem já joga no campinho de terra, de grama, na quadra e trazemos uma qualidade e visibilidade a todos que praticam o esporte. Por outro lado, é um resgate de comunidades que ficaram distante da organicidade do MST e acreditamos que o futebol vai nos ajudar a dar qualidade para que nossa política continue nessas áreas. Em todas as regionais, é grande a participação das mulheres e nosso desafio, agora, é organizar o campeonato das crianças envolvendo os colégios e nosso Setor de Educação”, afirma Odair Trizote, integrante da coordenação da Copa no Paraná e produtor agroecológico no assentamento Contestado, da Lapa.

Partida em Rio Bonito do Iguaçu, região Centro. Foto: Thiarles França / MST-PR

A celebração é para todo mundo

A tradicional entrada em campo será com muita emoção e alegria. A participação das mulheres foi muito frisada na Copa, desde os times até a organização. Bandeirões do Brasil e do MST, erguidas por camponesas(es) Sem Terra, vão enfeitar o palco da Copa. A trilha sonora da abertura fica com as crianças da Orquestra Popular Camponesa, projeto de música clássica em áreas de Reforma Agrária, que apresentarão diversas canções. Por fim, cada time entra no gramado com faixas das comunidades com frases sobre a relação entre a Reforma Agrária e o esporte.

Esta iniciativa é baseada em experiências em outros estados do país; em 2019, o MST na Bahia realizou a 1ª edição do torneio. No Ceará, em julho de 2024, aconteceu a grande final da 3ª Copa da Reforma Agrária. Joba Alves, responsável nacional pela articulação de esportes e lazer do MST, avalia que as competições abrem novas perspectivas de diálogo através do esporte e são excelentes ferramentas de trabalho de base nos territórios e com a sociedade.

“É uma forma também de organizar a juventude, mulheres e homens, e abrir processo de politização com temas que acumula para nosso projeto estratégico de Reforma Agrária Popular. Envolve as famílias e a comunidade em torno do esporte de forma lúdica e nos possibilita questionar o modelo de desenvolvimento que temos e que queremos em nossas áreas, também no aspecto do esporte e lazer. As Copas se tornam uma vitrine dos nossos projetos como educação, agroecologia, cultura, produção de alimentos saudáveis e outros”, diz.

*Editado por Solange Engelmann