Internacionalismo

O ataque brutal da ocupação marroquina às casas dos saarauis

Presidente da República afirma que ataque brutal da ocupação marroquina aos lares saarauis é uma “grave escalada” na política de terra arrasada
Foto: Reprodução

Do Sahara Press Service

O Presidente da República, Secretário-Geral da Frente Polisario, Brahim Ghali, afirmou que o ataque brutal da ocupação marroquina a dezenas de casas habitadas por famílias saarauis nos arredores da cidade ocupada de El Aaiun representa uma “grave escalada” na política de terra arrasada praticada pelo Estado de ocupação marroquino contra os saarauis em seus territórios ocupados.

Em uma mensagem enviada ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e ao embaixador Michael Imran Cano, representante permanente de Serra Leoa na ONU e presidente do Conselho de Segurança este mês, o presidente Ghali pediu ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança que “acelerem o estabelecimento dos mecanismos necessários para proteger os civis saarauís no Saara Ocidental ocupado, pois é um território em processo de descolonização sob os cuidados das Nações Unidas”.

Relatórios documentados com fotografias e depoimentos de testemunhas oculares dos territórios ocupados saarauis indicam que as autoridades de ocupação marroquinas atacaram dezenas de famílias saarauis que residiam na área de Lamriyat, a sudeste da cidade ocupada de El Aaiun, na madrugada de segunda-feira. Eles usaram escavadeiras para destruir suas casas, vandalizar suas propriedades, tratá-los com brutalidade e expulsá-los à força da área.

O presidente saaraui acrescentou que esse ataque brutal constitui um “crime de guerra e uma grave escalada” na política de terra arrasada, acompanhada de pilhagem, confisco de terras, destruição de propriedades, deslocamento forçado e práticas racistas adotadas pelo Estado de ocupação marroquino contra os saarauis nos territórios ocupados, o que “pode levar a consequências terríveis”.

Além disso, essas práticas coloniais – acrescentou a mensagem do presidente – “fazem parte de uma política colonial destinada a perpetuar a ocupação ilegal e a anexação do Saara Ocidental, tornando os saarauis refugiados em suas próprias terras e instalando mais colonos marroquinos e outros na região, em grave violação da Convenção de Genebra relativa à Proteção das Pessoas Civis em Tempo de Guerra, de 1949, e dos princípios das leis humanitárias internacionais bem como das leis internacional relevantes”.

Portanto, o Sr. Ghali pediu novamente “ao Secretário-Geral e ao Conselho de Segurança que tomem urgentemente todas as medidas necessárias para responsabilizar o Estado de ocupação marroquino por suas violações flagrantes e contínuas às leis humanitárias internacionais e para acelerar o estabelecimento dos mecanismos necessários para proteger os civis saarauis no Saara Ocidental ocupado, pois é um território em processo de descolonização sob os cuidados das Nações Unidas”.

Em conclusão, o presidente saaraui reiterou que “nunca poderá haver qualquer processo de paz sério e significativo enquanto o Estado de ocupação marroquino, em uma situação de completa impunidade, continuar suas violações às leis humanitárias internacionais e às leis internacionais no Saara Ocidental ocupado e suas tentativas de impor um fato consumado pela força na região, tudo isso sob a vigilância das Nações Unidas e sua missão no território.

Tradução: Natalie Illanes Nogueira