Soberania Alimentar
Governo lança Plano ‘Alimento no Prato’ e programa de produção orgânica
Da Página do MST
O Governo Federal apresentou nesta quarta-feira (16), na comemoração do Dia Mundial da Alimentação, um plano que prevê incentivar a produção de arroz e ampliar o número de sacolões populares. As ações integram o Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab), chamado pelo governo de “Alimento no Prato”. Também foi apresentado um Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).
O Planapo pretende fortalecer cadeias produtivas de produtos orgânicos e agroecológicos, com ações de pesquisa e inovação, compras públicas e inclusão de mulheres, jovens, indígenas, quilombolas e camponeses da agricultura familiar. O plano também contempla financiamento para projetos de transição agroecológica, sustentabilidade e conservação ambiental.
Uma das ações do Alimento no Prato incentiva produtores da agricultura familiar a plantarem arroz com garantia de compra da produção pelo governo federal com preço definido. O programa “Arroz da Gente” prevê o investimento de cerca de R$ 1 bilhão para compra de até 500 mil toneladas de arroz. A medida permitirá reforçar os estoques públicos do grão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a criação dos dois planos. O Alimento do Prato prevê a instalação de seis novas centrais de abastecimento de alimentos na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo (duas).
Conforme o governo, a criação dos planos reforça o trabalho para tentar tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026, um compromisso do governo Lula. O mapa é divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e registra pessoas que passam fome e sofrem com insegurança alimentar.
Presente na cerimônia de lançamento, o presidente ressaltou a problemática da fome em esfera mundial e afirmou o compromisso internacional firmado pela Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, do qual o Brasil participa.
“A gente é capaz de produzir muito mais alimentos do que a gente consome, e ainda assim a gente tem 733 milhões de seres humanos que vão dormir à noite sem comer.” – afirmou Lula. O presidente destacou que a fome é resultado da irresponsabilidade de quem governa os países e estados e que é preciso governar para todos. E que as políticas públicas para atender demandas sociais não devem ser vistas enquanto gastos, e sim encaradas enquanto investimento no país.
“Acabar com a fome no Brasil e acabar com a fome no mundo não deve ser motivo de orgulho e sim uma obrigação moral, ética, política e humanista”, disse Lula.
Em sintonia com a fala de Lula, Elisabetta Recine, presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), destacou que frente aos desafios colocados perante a fome e insegurança alimentar, ainda está o modelo adotado na produção de alimentos. “Não adianta produzir muito, não adianta produzir às custas da nossa sobrevivência, não adianta produzir muito e muitos não se alimentarem. Nenhuma de nós está protegida da seca, das inundações, da fumaça.Então é urgente ultrapassarmos a etapa do diagnóstico de que a forma como produzimos e consumimos alimentos é um dos principais contribuidores da crise climática.”
*Editado por Fernanda Alcântara