MST e Futebol

Raí se junta a camponesas (es) na 1ª Copa da Reforma Agrária no Paraná

Torneio reuniu equipes femininas e masculinas da região norte do estado; jogos finais do estado estão marcados para 2025
Raí segura medalha de ouro da Copa. Foto: Guilherme Carreri

Do Brasil de Fato

Equipes de futebol compostas por camponeses e camponesas participaram dos jogos da final da região norte da 1ª Copa da Reforma Agrária do Paraná. A competição reúne atletas de diversas comunidades rurais do estado.

Times de outras partes do estado já realizaram as respectivas etapas de jogos; a fase estadual que vai juntar todos os grupos está prevista para o ano que vem. No sábado (9) e no domingo (10), as partidas aconteceram no assentamento Dorcelina Folador, localizado em Arapongas.

O ex-jogador Raí, campeão da Copa do Mundo de 1994, prestigiou o evento. Ele conheceu a comunidade local e visitou a Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa, Copran. Raí deu o pontapé inicial nos jogos feminino e masculino.

Jogos foram realizados no assentamento Dorcelina Folador, com a Copran ao fundo (telhado azul). Foto: Daniel José Preslhacovski / Comunicação MST PR, Leandro Taques e Guilherme Carreri

Em discurso para a comunidade, ele celebrou a juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e se emocionou após uma homenagem que também incluiu a memória do irmão, Sócrates.

“Vocês falaram da minha trajetória, do meu apoio e minha crença nesse movimento do MST e do orgulho que vocês têm da nossa família, eu e o doutor Sócrates, e o que representamos pelo esporte, pelo futebol e pelo país. Eu queria dizer que o mesmo orgulho que vocês têm da história do Sócrates, nós temos desse grande Movimento.”

Punhos erguidos pela democracia e Reforma Agrária Popular. Fotos: Guilherme Carreri e Leandro Taques

Diego Moreira, da Direção Nacional do MST, enfatizou o caráter de coletividade na criação, organização e produção do evento. Ele ressaltou que a realização da copa representa um momento histórico para o Movimento, baseado na confraternização, na união e no compartilhamento de valores. 

“Cada um que ajudou a organizar – desde quem pintou as linhas do nosso campo, preparou a alimentação, encheu a bola, jogou o bom futebol, sem briga, sem confusão, com respeito e com os valores defendidos pela nossa organização –   estão todos e todas de parabéns. Quem ganha hoje, mais uma vez, é a democracia, é o MST e a reforma agrária.”

Um dos destaques da competição foi Poliana Helena de Oliveira, capitã do time feminino campeão, do acampamento Maila Sabrina. Ela comentou a importância da garantia de participação das mulheres no torneio.

“Tenho orgulho de ser MST e participar dessa primeira Copa da Reforma Agrária. Isso é um sonho para nós mulheres mostrarmos a nossa cara. Que continue e o MST proporciona mais. Estamos juntos para a estadual, lutando pela reforma agrária popular”, celebrou.

Poliana enfatiza a mobilização de mulheres nas tarefas do MST. Foto: José Eduardo Pereira

A cerimônia de premiação foi realizada com um ato político, marcando o encerramento do evento esportivo. O campeonato se inspira na experiência do MST no Ceará, que já realizou três edições da Copa. O evento busca fortalecer a integração entre as comunidades rurais e amplificar a luta pela terra.

Foto: Abner Freitas
Guilherme Carreri

Campeão mundial assinou autógrafos e tirou fotos com o público, principalmente crianças.

*Editado por Fernanda Alcântara