Plantio de Árvores

MST debate questão ambiental durante 34º Encontro Estadual em São Paulo

Movimento realiza plantio de árvores e reforça compromisso com a preservação ambiental e a reforma agrária popular durante encontro estadual
Foto: João Gabriel Menezes

Por Coletivo de Comunicação do MST em São Paulo
Da Página do MST

A pauta da questão ambiental se vincula diretamente à questão agrária. Neste tempo histórico, frente ao ritmo acelerado de espoliação da natureza que serve para acumular capital, não há saídas efetivas para a crise ecológica se não pela via da reforma agrária popular. Por isso, enfrentar o latifúndio e as grandes corporações que lucram com a destruição dos bens comuns é uma tarefa central na luta anticapitalista e anti-imperialista. 

Com base nessa compreensão da conjuntura, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em São Paulo reafirmar seu compromisso em avançar no debate da questão ambiental colocando o tema como estudo e planejamento durante seu 34º Encontro Estadual, que acontece desde o dia 14 de dezembro no Centro de Formação da Capauva, em Campina do Monte Alegre.

Como mais uma ação do “Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” que tem como desafio plantar 100 milhões de árvores em todos os biomas brasileiros. Na tarde de ontem, 16, foi realizado um plantio coletivo com a mística que fortalece a presença de luta do jovem companheiro Oziel Alves e juntamente com a emulação da brigada Oziel Alves, no estado de São Paulo, deu-se  início a primeira  das muitas ações que serão desenvolvidas pelo Centro de Formação Capauva, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Lagoa do Sino. 

Joice Lopes, da Direção Estadual do MST em São Paulo, destaca que “Enquanto o Agro desmata e queima nossas florestas, polui nossos rios, nós do MST reflorestamos e cuidamos dos rios e das florestas. Aqui, hoje, o MST reforça que o seu compromisso é com a conservação da natureza, com a produção de alimentos saudáveis, é com a reforma agrária de caráter popular e agroecológica. Nossas centenas de assentamentos em São Paulo e as milhares de famílias assentadas demonstram que é possível, sim, cuidar na natureza enquanto avança na organização das cadeias produtivas e gera renda”.

Foram plantadas mais de 200 mudas de árvores nativas e nativas frutíferas do bioma Mata Atlântica, doadas pela UFSCar Lagoa do Sino, dando assim largada na criação do bosque da Reforma Agrária “Oziel Alves” ante as tantas atividades de reflorestamento e plantio previstos para acontecer no próximo período, no Centro de Formação Capaúva.

Para Vinícius Rainer Boniolo, Engenheiro Ambiental e membro do Núcleo de Estudos em Ecologia e Desenvolvimento Sustentável da UFSCar, “Essa doação visa apoiar iniciativas voltadas à recuperação de áreas degradadas e à implementação de sistemas agroflorestais no Centro de Formação, que desempenha um papel fundamental na capacitação e no fortalecimento da agricultura sustentável. O MST, por meio do plantio dessas mudas, dará continuidade ao trabalho de promover práticas que conciliam a produção agrícola com a preservação ambiental.”

As mudas foram selecionadas com base nas necessidades locais, priorizando espécies que contribuem para o aumento da biodiversidade e a restauração de ecossistemas. Essa parceria reflete o compromisso da UFSCar Lagoa do Sino em compartilhar conhecimentos e recursos que fomentem o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental.

“Envolver toda a militância do MST de São Paulo na implantação do Bosque Oziel Alves como parte da construção coletiva do Centro de Formação Capauva tem uma simbologia muito forte. Importante que cuidemos com muita atenção dos nossos espaços, para que sejam referências para a formação política, ideológica, técnica e de confraternização. A parceria com a UFSCAR se vem fazendo imprescindível nesse contexto histórico”, aponta Ricardo Barbosa, militante do MST em São Paulo e coordenador do Centro de Formação da Capaúva.

*Editado por Fernanda Alcântara