Reforma Agrária Popular
“Ele tá fazendo tudo isso para nos intimidar”: acampados relatam ameaça que vivem em Joaquim Gomes (AL)
Da Página do MST
Relatando o “constrangimento e medo” carta das famílias acampadas no acampamento Feliz Deserto, em Joaquim Gomes, traduz o cenário de tensão que vive a área do MST na cidade da Zona da Mata de Alagoas. Escrita no último dia 24, o relato aponta as ameaças que o acampamento vive desde de que um suposto comprador tem coagido as famílias para que elas saiam da terra que ocupam há mais de 20 anos.
“Um dito comprador, conhecido como Bruno França, vem nos coagindo dentro do nosso Acampamento com capangas armados”, escreve trecho do material divulgado pelos camponeses e camponesas. “Nos intimidando e dizendo que agora com ele pra Sem Terra ‘vai ser na bala’”.
A carta é mais uma tentativa dos camponeses e camponesas em chamar atenção do Poder Público para o caso que tem tirado o sossego das famílias Sem Terra na região, na iminência de mais um conflito no campo alagoano.
“Fica aqui nosso apelo aos órgãos, vivemos no Acampamento há 20 anos, sabemos que ele não comprou terra alguma, ele tá fazendo isso tudo para nos intimidar”, destaca o final da carta.
A área em questão, ocupada pelo MST ainda em 2004, integra o conjunto de terras que pertenciam a Agro Industrial Serra Ltda (AGRISA), que abriu falência nos anos 2000 e que já existe uma ação de reintegração e posse em trâmite na Justiça Federal.
O suposto comprador da fazenda apresenta-se como proprietário da área denominada Gameleira, no entanto a área que as famílias estão acampadas era chamada Fazenda Feliz Deserto.
O MST já reivindicou junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) uma ação concreta de georreferenciamento e levantamento da cadeia dominial para elucidar a situação que põe em conflito as famílias acampadas.
Confira carta completa do acampamento Feliz Deserto:
*Editado por Fernanda Alcântara