Mulheres Sem Terra realizam Encontro Estadual na Jornada Nacional de Lutas, em Pernambuco

Por Ana Sales
Da Página do MST

Nos dias 13, 14 e 15 de março, o MST em Pernambuco realiza o Encontro Estadual das Mulheres Sem Terra, no Centro de Formação Paulo Freire, localizado no assentamento Normandia. O evento reunirá camponesas de diversas regiões do estado para debater a conjuntura, fortalecer a auto-organização e reafirmar a luta feminista e anticapitalista no campo.

Este encontro faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra de 2025, uma mobilização nacional em defesa dos direitos e da liberdade das mulheres, reforçando a importância da organização coletiva para enfrentar as desigualdades e a violência de gênero. Em Pernambuco, as mulheres Sem Terra também estiveram nas ruas de Olinda no dia 8 de março, se somando às mobilizações nacionais.

Aparecida da coordenação do setor de gênero do MST no estado, explica que a Jornada das Mulheres Sem Terra é mais do que uma mobilização, pois demonstra a força das mulheres do MST em defesa da Reforma Agrária, “pela defesa do meio ambiente e contra todas as formas de violência e fome que nos afligem. Como mulheres, carregamos o peso dessas batalhas, mas também a determinação de transformar o país. Nossa ideia é realizar grandes eventos, encontros e marchas festivas que denunciem o sistema patriarcal, capitalista e o agronegócio, reafirmando nossa resistência e construindo um futuro mais justo”.

“Agronegócio é violência: nossa luta é por justiça social e ambiental”

As mulheres Sem Terra denunciam o agronegócio por gerar violência no campo, aprofundando desigualdades e expulsando famílias camponesas de suas terras. O modelo do latifúndio concentra riquezas, destrói o meio ambiente e impõe condições de trabalho precárias, impactando diretamente a vida das mulheres e das comunidades rurais.

“Contra esse sistema de exploração, seguimos organizadas, fortalecendo a resistência e construindo um futuro de justiça e igualdade para todas”, afirmam as Sem Terra do PE.

Organização e resistência no campo

A programação do encontro inclui rodas de conversa, debates políticos, formação feminista e atividades culturais, reforçando o compromisso das mulheres camponesas com a construção da Reforma Agrária Popular e com um modelo de produção que respeita a vida e o meio ambiente.

“Como herdeiras das lutas das que nos antecederam, seguimos organizadas, fortalecendo a resistência e construindo um futuro de justiça e igualdade para todas. Além da participação das Mulheres Sem Terra, convidamos militantes de diversas organizações para o Encontro Estadual das Mulheres, fortalecendo a luta coletiva”, destaca Aparecida.

No dia 15 de março, as camponesas tomam as ruas de Caruaru em marcha, marcada pela resistência e celebração, juntamente com o bloco feminista Nem Cá Mulesta.

*Edição: Solange Engelmann