Ocupações
MST intensifica Jornada de Lutas na PB com ocupações e reivindicações pela Reforma Agrária
Já foram realizadas três ocupações em diferentes regiões do estado, envolvendo centenas de famílias que reivindicam o direito à terra para viver e produzir alimentos

Da Página do MST
Desde o início da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do MST, no início de abril, já foram realizadas quatro ocupações em diferentes regiões da Paraíba, envolvendo centenas de famílias que reivindicam o direito à terra para viver e produzir alimentos. As ações aconteceram nos municípios de Solânea, Santa Rita e Tacima, demonstrando a força da luta popular e a urgência de avanços concretos nas políticas de Reforma Agrária.
Na madrugada do dia 6 de abril, cerca de 50 famílias ocuparam a Fazenda Carvalho, em Solânea (brejo), denunciando a improdutividade da área e reivindicando sua desapropriação. Já no dia 7, cerca de 500 famílias ocuparam a Granja dos Peixes reivindicando área na Fazenda Olho d’água do Rangel, um latifúndio com aproximadamente 1.600 hectares no município de Santa Rita, que se encontra sem cumprir sua função social.
Em Tacima, município do Curimataú, mais uma ocupação foi registrada no início de abril, com 100 famílias ocupando cerca de 150 hectares da Fazenda Nossa Senhora de Fátima, área improdutiva de um total de 290 hectares. A ação contou com a presença da Polícia Militar e representantes do Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária (Incra), que acompanharam o início de negociações com o proprietário da terra.


“Estamos colocando a Reforma Agrária como pauta central para o desenvolvimento do estado, porque ela é essencial para superar a fome, a miséria e a pobreza, além de garantir a produção de alimentos saudáveis para a população”, afirma Paulo Romário, da direção estadual do MST.
As ocupações têm como foco denunciar a concentração fundiária, o abandono das políticas públicas voltadas à agricultura camponesa e a alta no preço dos alimentos, que penaliza especialmente a população mais pobres. O MST reafirma que a ocupação é uma forma legítima e pacífica de luta, reconhecida inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), como uma resposta à morosidade do Estado em garantir o acesso à terra e promover justiça social no campo.
Na Paraíba, cerca de 3 mil famílias ainda vivem sob lona preta, em 29 acampamentos, aguardando a obtenção da terra para fins de reforma agrária. São homens e mulheres que seguem firmes acreditando na construção de outro modelo de campo: com terra distribuída, natureza respeitada e alimentos saudáveis no prato do povo.
O Movimento no estado reivindica, entre outras pautas:
- A criação de novos assentamentos;
- Investimentos diretos na produção camponesa;
- Fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimento (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para garantir comida de verdade à população.
A Jornada reafirma a importância da Reforma Agrária Popular como caminho necessário para garantir a soberania alimentar, justiça social e uma relação sustentável e respeitosa com os bens naturais, em contraposição ao avanço do agronegócio, que concentra terras, destrói o meio ambiente e lucra com a fome.
Terra para quem nela vive e trabalha! Reforma Agrária Já!
*Edição: Solange Engelmann