MST se solidariza com luta indígena e denuncia truculência policial

Da Página do MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) saúda todos os povos indígenas que realizaram o 21º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, DF. O ATL, que este ano reuniu 7 mil indígenas, é um marco na luta dos povos tradicionais pelo reconhecimento de seus territórios e defesa de seus direitos. As famílias Sem Terra e os povos indígenas são irmãos na histórica luta pela terra no Brasil. 

Infelizmente, a legitimidade da mobilização foi reprimida pela Polícia Legislativa durante marcha realizada pelo Acampamento na Esplanada dos Ministérios na última quinta-feira (10). Apesar do ato ser pacífico e dos indígenas não representarem nenhuma ameaça às estruturas do Congresso Nacional, a força policial utilizada sem justificativa ao final do ato foi desproporcional e deixou vários manifestantes feridos. 

Tão inaceitável quanto a repressão é a comparação da mobilização pacífica de mais de 7 mil indígenas com a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Não há nada que iguale a histórica luta dos povos indígenas no Brasil com a ação golpista de um bando de fascistas. Enquanto os indígenas buscavam defender seus direitos, assegurados na Constituição Federal, os golpistas do 8 de janeiro rasgavam a Carta Magna e atacavam os Três Poderes. 

Enquanto MST, sabemos que a busca por equiparar a luta indígena à ação golpista é a mesma que recai sobre nossas ocupações de terra. Por isso, nos solidarizamos aos povos tradicionais e denunciamos esta tática leviana da extrema-direita. 

Que a luta indígena siga se fortalecendo, principalmente, em tempos nos quais os saberes tradicionais são centrais no enfrentamento à crise ecológica. Estaremos lado a lado no enfrentamento ao agronegócio, ao fascismo e pela construção de uma democracia que respeite efetivamente todos os povos tradicionais.