Feira Nacional do MST deve comercializar 500 toneladas de alimentos

Por Mariana Castro
Da Página do MST

Com mais de 500 toneladas de alimentos sem veneno e a mensagem de que é possível produzir comida saudável para combater a fome, mais de mil camponeses e camponesas de todo o Brasil realizam a 5ª edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo MST, entre os dias 8 e 11 de maio, no Parque da Água Branca, em São Paulo.

A produção é fruto do trabalho de famílias acampadas e assentadas em áreas de Reforma Agrária de 23 estados do país, organizadas a partir de coletivos, cooperativas e agroindústrias que apresentam à sociedade uma variedade de mais de 1.800 tipos de produtos, incluindo alimentos frescos, industrializados e orgânicos.

Do arroz torrado produzido nos roçados do Maranhão com o apoio de máquinas chinesas até a tradicional Cachaça Camponeses, produzida sem fertilizantes químicos e sem agrotóxicos pela Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (COPAVI), no estado do Paraná, quem visitar a feira poderá conhecer e celebrar a produção Sem Terra em suas múltiplas formas.

Diego Moreira, que compõe o Setor de Produção do MST, explica que esse momento coletivo é aguardado com ansiedade pelas famílias, que além de apresentar os alimentos produzidos nos seus territórios, têm a oportunidade de dialogar com a sociedade.

“A Feira proporciona um importante resultado para as famílias e cooperativas que se envolvem, mas é ainda mais importante porque é hora de levar, através da nossa produção, uma prestação de contas ao apoio que a sociedade nos dá e através da produção levar o bom debate e a importância da reforma agrária. Seja através dos produtos, mas também da comida que será muito bem preparada nas nossas diversas cozinhas da Culinária da Terra, da arte e das manifestações culturais que permeiam o projeto de reforma agrária”, pontua Diego.

Muito além da produção: um projeto de sociedade

Dessa maneira, para além da apresentação e comercialização de alimentos, a Feira Nacional da Reforma Agrária é considerada uma celebração do projeto de sociedade apresentado pelo MST e conta também com espaços de formação, com lançamento de livros, debates e oficinas, além de uma ampla programação em torno do fortalecimento da luta pela terra e avanço da reforma agrária no Brasil, com a partilha de iniciativas de cultura popular de todo o país.

Entre a diversidade de espaços, quem visitar a feira poderá se encantar na Arena Cultural, com a apresentação de manifestações culturais e shows nacionais, o Culinária da Terra, onde será possível provar as delícias típicas de todos os estados preparadas na hora, além de garantir mudas de plantas ornamentais, medicinais ou frutíferas no espaço do Plano Nacional Plantar árvores e produzir alimentos saudáveis, proposta de reflorestamento do MST para o enfrentamento ao desmatamento e à crise climática.

“Então a Feira terá esse objetivo de trazer o debate do alimento, o quanto o alimento é necessário e importante nesse momento para ajudar a superar o dilema da fome no nosso país, vai trazer a importância da reforma agraria, a necessidade de avançarmos em mais assentamentos e mais produção para que possamos aumentar a produção de alimentos no nosso país, mas também a importância de cuidar da natureza, zela da natureza como um patrimônio da humanidade”, complementa Diego.

*Editado por Fernanda Alcântara