Políticas Públicas
Investir na agricultura familiar é “caminho para promover a sustentabilidade”, aponta presidente da Fundação BB
Kleytton Guimarães Morais concedeu entrevista ao MST no ato político de abertura da Feira da Reforma Agrária, nesta quinta (08)

Por Vanessa Gonzaga/Equipe de texto da Feira
Da Página do MST
No primeiro dia da 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, foram assinados três acordos de cooperação para impulsionar iniciativas de cooperativismo, associativismo e agroindústria da Reforma Agrária com o Instituto Federal de São Paulo (IF/SP), Correios, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Fundação Banco do Brasil.
O objetivo dos acordos é impulsionar iniciativas de produção de alimentos, em especial através das agroindústrias que beneficiam os produtos oriundos da Reforma Agrária. Um deles é o convênio assinado com a Fundação Banco do Brasil que deve ampliar o funcionamento de 11 agroindústrias pelo país. Quem comenta a importância da parceria é Kleytton Guimarães Morais, presidente da Fundação BB, que concedeu entrevista à Página do MST no ato político de abertura da Feira Nacional da Reforma Agrária nesta quinta (08).
Morais aponta que a Fundação BB é uma aliada dos povos do campo: “A fundação é parceira do movimento dos assentados e assentadas e da pequena agricultura. Acreditamos também que o processo de produção de alimentos a partir dos movimentos é a construção para a soberania e segurança alimentar para que a gente possa estar superando a fome e a extrema pobreza”, afirma.
Kleytton Guimarães Morais assumiu a presidência da Fundação BB em junho de 2023. A instituição é conhecida como o “coração social do Banco do Brasil” pela estratégia de priorizar, na sua atuação, povos de comunidades tradicionais e assentados e assentadas da Reforma Agrária.

Para além das experiências de apoio à agricultura familiar e camponesa, a Fundação BB também integra iniciativas voltadas à produção de alimentos agroecológicos e orgânicos, como contextualiza Kleytton Morais: “A gente organizou esse processo de concertação com os diversos atores, misturando sociedade organizada com governos e instituições lideradas ali pelo Governo Federal. Estamos participando, por exemplo, da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO) e ali podendo discutir os modelos, entendendo as demandas também do campo”.
A viabilização deste acordo, segundo Morais, faz parte de um processo de retomada dos investimentos em iniciativas populares que só é possível com o resgate da democracia e a retomada dos investimentos nos bancos públicos. “A fundação retoma políticas que foram interrompidas, como, por exemplo, o Terra Forte, cujo objetivo é apoiar com 20 milhões de reais experiências em que se visa a verticalização e agregação de valor dos produtos da Reforma Agrária e da agricultura familiar camponesa”, explica.
Neste contexto, a expectativa é de ampliação dos investimentos, atingindo ainda mais pessoas. “Se no primeiro Terra Forte as experiências ficaram condensadas em iniciativas do Sul e Sudeste, agora a gente quer nacionalizar isso para que o processo de investimento e de reconhecimento da agricultura familiar e dos assentados da Reforma Agrária por meio de crédito, de assistência e sobretudo, também por meio de tecnologia, é o caminho para que a gente possa promover a sustentabilidade, e para assegurar segurança alimentar e soberania nacional”, aponta o presidente da fundação.
*Editado por Solange Engelmann