Agroecologia
5ª Feira Nacional traz experiências das Escolas e Centros de Agroecologia em seminário
Espaço buscou socializar e massificar as experiências positivas de como a educação em agroecologia é trabalhada para os Sem Terra de todo o país

Por Fernanda Alcântara/ Equipe de texto da 5ª Feira
Da Página do MST
A 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária têm sido espaço para debates, seminários e oficinas sobre diversidades agroecológicas, e na tarde desta quinta (8), no Espaço Ana Primavesi, ocorreu o seminário “O papel das Escolas e Centros de Agroecologia na construção da Reforma Agrária Popular”. O objetivo foi de socializar e massificar as experiências positivas de como a educação em agroecologia vem sendo trabalhada e retransmitida para os Sem Terra de todo o país.
A exposição começou com Fhelipe Emannuel, representando o Centro Agroecológico Paulo Kageyama (CAPK), espaço dedicado para a formação política, agrícola e organizativa. Localizado em Jarinu-SP, o CAPK tem sua organização feita intersetorialmente, envolvendo membros entre Setor de Formação e de Produção do MST, mas também envolvendo a colaboração de integrantes de outros setores e espaços formativos do Movimento.
“Temos a tarefa de trabalhar primeiro a luta pela terra, claro, mas em seguida massificar a agroecologia, a partir daquela frase: ‘as palavras convencem, mas é o exemplo que move as pessoas’. Então queremos que aquelas pessoas que se formam possam fazer a multiplicação da agroecologia.”

Fernando Schalm Rinald, da Escola Latina Americana de Agroecologia (ELAA), falou sobre alguns números importantes da Escola que completa 20 anos em 2025. Ele destacou uma nova linha de produção que vem se estruturando desde a pandemia de Covid-19.
“Estamos trabalhando agora com plantas medicinais, pois precisamos reforçar a importância de cuidar da saúde. Nós vimos, na pandemia, a situação de vulnerabilidade de muitas famílias.”
Direto da Bahia, Meriely Oliveira trouxe a experiência da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, que foi construída pensando na diversidade de biomas e territórios da cidade de Prado-BA. Ela ressaltou os desafios da agroecologia diante da perspectiva de que 55% do território é pastagem e 21% é eucalipto, monocultivo historicamente conhecido por degradar o solo.
Para ela, a solução encontrada foram arranjos que conseguiram não somente incluir a agroecologia no currículo escolar básico, mas também de ensino superior e técnico em agroecologia para professores. “Acreditamos que a pesquisa em Agroecologia é uma estratégia de massificar este tema.”
Por fim, Viktor Silvério Marques, do setor de produção e do Programa Popular Agroecológico de Minas Gerais, apresentou experiências do estado, em especial nas regiões da Bacia do Rio Doce e no Rio Paraupeba. Ele destacou que, assim como a Bahia, Minas Gerais tem um território muito grande e, por isso, uma diversidade de biomas e construção social.
“Por isso, trabalhamos sempre a partir de três eixos principais: o eixo produtivo, por uma produção na luta contra a fome; o ambiental, pois hoje entendemos como uma demanda cada vez mais importante com o meio ambiente; e o eixo pedagógico, pois acreditamos muito no método de camponês a camponês para disseminar a agroecologia.”
*Editado por Solange Engelmann