Justiça
Após 25 anos de impunidade, vai a julgamento assassinato de trabalhador Sem Terra no Ceará
Julgamento de crime ocorrido em 2000 reacende debate sobre violência no campo e impunidade dos conflitos agrários no Brasil

Da Página do MST
Após mais de duas décadas de impunidade, será realizado nesta quarta-feira (16), a partir das 9h, na Vara Única da Comarca de Ocara (CE), o julgamento dos acusados pelo assassinato de Aldenir de Mesquita, conhecido como Denir, trabalhador Sem Terra morto em 25 de julho de 2000 durante um ataque violento na antiga Fazenda Serrote, no município de Ocara.
Na ocasião, onze trabalhadores rurais Sem Terra foram baleados durante uma emboscada. Denir não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O crime foi encomendado por uma fazendeira da região, já falecida, e executado por pistoleiros contratados, no contexto de um conflito fundiário. A lentidão do processo e a ausência de responsabilização contribuíram para aprofundar a sensação de injustiça entre familiares, comunidades assentadas e acampadas, e a militância do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Para o MST, o caso não se trata de um episódio isolado, mas de uma expressão recorrente da violência no campo brasileiro, marcada por grilagem, pistolagem e omissão do Estado. “A expectativa é que este julgamento se torne um marco histórico contra a impunidade e que os executores sejam responsabilizados de forma exemplar”, afirma a coordenação estadual do movimento no Ceará.
O julgamento ocorre no mês em que se completa um quarto de século do crime, e o MST prepara mobilizações em frente ao fórum para acompanhar o processo e reforçar o clamor por justiça. “Denir foi assassinado por lutar por um pedaço de terra. A justiça precisa, ainda que tardiamente, dar uma resposta clara contra a violência agrária no país”, destaca o movimento.
Serviço:
Julgamento dos executores do assassinato de Aldenir de Mesquita (Denir)
Quando: Quarta-feira, 16 de julho de 2025, às 9h
Onde: Vara Única da Comarca de Ocara (CE)