Educação no campo
MST ocupa Secretaria de Educação do Ceará em Semana Camponesa
Movimento reivindica melhorias na infraestrutura, valorização dos profissionais e investimentos na educação do campo em assentamentos do Ceará

Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Na manhã desta quarta-feira (23), cerca de 700 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram uma ocupação na Secretaria de Educação do Ceará (Seduc).
Entre as reivindicações do MST no estado, estão algumas relacionadas à educação. Elas incluem a melhoria da infraestrutura das Escolas do Campo, a institucionalização do Ensino Médio profissionalizante rural, além da construção de novas unidades em assentamentos como Palmares (Crateús), Barra do Leme (Pentecoste), Santa Bárbara (Caucaia) e Juá (Santa Quitéria).
O MST também pede reformas e ampliação das escolas, incluindo instalação elétrica em 12 unidades, construção e reforma de vestiários, ampliação das cozinhas e construção de auditórios. Outra demanda importante é o reajuste salarial da coordenação pedagógica contratada, equiparando o salário ao de educadores de 40 horas, bem como a suplementação do MAP 1265, recurso que possibilita a realização de ações nas 12 escolas já existentes.

Maria de Jesus, dirigente estadual do MST, aponta que as políticas educacionais para o campo estão enfraquecidas e esvaziadas. “Estamos aqui na Seduc primeiro pra denunciar o descaso com a educação do campo, estamos na luta para garantir uma educação digna para o povo do campo, pois nossas crianças e jovens merecem escolas equipadas, profissionais valorizados e políticas públicas que atendam às necessidades reais”, analisa.
Ocupações no Ceará

Antes de chegarem à Secretaria de Educação, militantes do MST estavam ocupando a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), desde a manhã de terça-feira (22). A ocupação foi desfeita após avanços nas negociações em torno da pauta reivindicada.
Entre os principais encaminhamentos, está o compromisso de realizar a revisão ocupacional em formato de mutirão. Além disso, o Incra se comprometeu a solicitar orçamento para avançar nas demandas dos assentados e a convocar uma reunião presencial com o presidente nacional do Incra, César Aldrighi, para tratar das demandas urgentes das famílias assentadas e acampadas no Ceará.
Ambas as ações fazem parte da Semana Camponesa, que acontece em todo o Brasil desde a última segunda-feira (21). Com o lema “Para o Brasil Alimentar: Reforma Agrária Popular”, a jornada de luta se estende por diversos estados, envolvendo ocupações de prédios públicos, marchas, audiências públicas e manifestações que denunciam o descaso com a Reforma Agrária e exigem do governo federal políticas públicas efetivas para melhorar as condições de vida no campo.


*Editado por Pamela Oliveira.