Boletim
Crise do Norte, levante do Sul: BRICS desafia hegemonia imperialista
Informe de Conjuntura Internacional do MST denuncia ofensiva dos EUA, destaca a disputa por soberania no Sul Global e aponta o papel estratégico do Brasil na construção de um novo mundo

Por Setor de Internacionalismo
Da página do MST
No início de julho, nos dias 6 e 7 na cidade do Rio de Janeiro aconteceu a 17ª Cúpula dos BRICS, logo na sequência o governo Trump anunciou tarifas de 10% para os países do BRICS, e um adicional de 50% para o Brasil em uma articulação da família Bolsonaro para interferir no processo judicial contra o ex presidente Jair Bolsonaro e uma ameaça à nossa Soberania Nacional.
Essas tarifas, ou medidas protecionistas impostas pelos EUA contra o Brasil, sob a justificativa de defesa comercial, expõem uma estratégia geopolítica que busca enfraquecer o BRICS e manter a hegemonia norte-americana. A resposta brasileira, no entanto, pode ser um teste decisivo para a autonomia do bloco e a resistência ao unilateralismo.
Cannabrava | Tarifas de Trump contra o Brasil revelam lógica imperial e afronta ao Brics.
Enquanto as potências ocidentais enfrentam crises econômicas e políticas, o BRICS surge como um contraponto, desafiando a ordem global tradicional. A consolidação do bloco representa não apenas uma alternativa econômica, mas também uma reconfiguração do poder mundial, onde o Sul Global ganha voz ativa.
Brics: o novo mundo incomoda o decadente e velho mundo.
O Brasil tem a oportunidade histórica de assumir a liderança dentro do BRICS na construção de um modelo agroecológico que una desenvolvimento sustentável e justiça social. Em um cenário de crise climática, a proposta pode reposicionar o país como referência global em soberania alimentar e cooperação Sul-Sul.
Brasil no centro: o BRICS e a chance de liderar um pacto agroclimático popular – MST
América Latina e Caribe em luta: ofensiva imperialista aumenta, eleições que definirão rumos e fronteiras viram pontes.
A política hostil dos EUA contra Cuba ganhou novo fôlego com medidas ainda mais duras sob a administração de Donald Trump, agravando o cenário econômico da ilha e reforçando a necessidade de solidariedade internacional.
Cuba
Trump y el bloqueo recargado – Resumen Latinoamericano
“Do cerco só se sai lutando”, diz o presidente cubano Miguel Díaz-Canel em discurso sobre resistência, ele também reforçou a necessidade de transformação interna. Seu discurso reflete a determinação do país em enfrentar as adversidades sem abrir mão de sua soberania.
Já na Bolívia, com as eleições bolivianas se aproximando, o governo de Luis Arce enfrenta o desafio de manter a unidade do Movimento ao Socialismo (MAS) diante de uma direita que busca retomar o poder. O pleito será decisivo para o futuro do processo de mudança iniciado por Evo Morales.
Também em período eleitoral, o povo venezuelano irá às urnas para participarem do processo eleitoral municipal no domingo 27 de julho.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) demonstra solidez nas prévias eleitorais, enquanto a oposição fragmentada enfrenta dificuldades para se consolidar. O pleito será crucial para definir os rumos políticos do país.
Venezuela
Ainda sobre a Venezuela, na última semana (17/07) Colômbia e Venezuela assinaram um acordo para criar uma Zona Econômica Especial de Paz na fronteira entre os dois países. O objetivo é desenvolver os estados da fronteira, tanto do lado colombiano quanto venezuelano, com foco no fortalecimento dos setores produtivos e na garantia da segurança na região. A iniciativa bilateral busca não apenas melhorar a segurança, mas também impulsionar a economia local, marcada historicamente por tensões e conflitos. O acordo simboliza um passo importante na reconciliação regional.
A guerra imperialista na Ásia Ocidental: conflitos e resistências
O conflito entre Israel e Irã ultrapassa fronteiras regionais, envolvendo potências globais e ameaçando a estabilidade do Oriente Médio. A escalada de tensões revela um jogo geopolítico perigoso, com a Palestina como uma das principais vítimas.
Notas sobre a guerra entre Israel e Irã – MST
Enquanto Israel impõe uma guerra de extermínio, a resistência palestina persiste, reafirmando sua luta por autodeterminação. A disputa desigual evidencia a violência do projeto sionista e a resiliência de um povo sob ocupação.
O Leão versus a Promessa – MST
“Nossos últimos repórteres vão morrer de fome”, denuncia a AFP. O cerco israelense a Gaza atinge até mesmo jornalistas, que enfrentam escassez de alimentos e recursos básicos. A situação expõe o caráter genocida da ofensiva e a omissão da comunidade internacional.
‘Nossos últimos repórteres em Gaza vão morrer de fome’, afirma AFP.
O que está acontecendo na Síria? Os recentes bombardeios israelenses na Síria reacenderam tensões regionais, com impactos diretos sobre minorias e deslocados. A violência prolongada mostra que a guerra no país ainda está longe de acabar.
*Editado por Pamela Oliveira.