Violência no Campo

Tiros para intimidar: acampados no Agreste de Alagoas denunciam novas ameaças

Acampamento Papa Francisco, em Arapiraca, sofre nova ameaça nesta semana com tiros disparados contra os barracos

Acampamento Papa Francisco. Foto: MST AL

Da Página do MST

Seguem as ameaças contra as famílias acampadas que, desde abril, ocupam a Fazenda Laranjal, hoje acampamento Papa Francisco, em Arapiraca, no Agreste de Alagoas. Os/as acampados/as denunciaram disparos de arma de fogo na noite da última segunda-feira (28), contra os barracos de lona.

O episódio ocorreu logo após a audiência de conciliação e visita técnica de órgãos responsáveis para o acompanhamento do caso na área, realizada pela Comissão de Solução de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), acompanhada pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (ITERAL), Promotoria da Vara Agrária e Ouvidoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Alagoas. Acampados relatam que os tiros ocorreram na rodovia e mais próximo ao acampamento.

Foi registrado Boletim de Ocorrência (B.O.) sobre o caso no 55º Distrito Policial de Arapiraca, relatando o momento de pânico que os trabalhadores vivenciaram naquele momento. “Tinham várias crianças brincando na porta do Acampamento que, para não serem atingidas, tiveram que se jogar no chão”, destaca trecho do B.O.

Precisamos que a segurança das famílias que vivem no Acampamento seja garantida, não podemos aceitar mais esse tipo de ameaça que coloca em risco a vida de várias pessoas, incluindo crianças e idosos”, sinalizou a coordenação do MST.

Essa não é a primeira ameaça que vive o Acampamento organizado pelo Movimento Sem Terra no Agreste de Alagoas. Desde sua ocupação, como parte da Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária em abril, os camponeses e camponesas vivem o amedrontamento e perseguição de pistoleiros e políticos da região na disputa pela área.

“É fato que a presença do MST aqui segue incomodando os poderosos da região, que mesmo com o envolvimento de órgãos estaduais e federais para mediar o conflito, continuam se achando superiores a tudo e querendo resolver na bala seus problemas com os trabalhadores”, denuncia a coordenação do Movimento.

Após a realização do Boletim de Ocorrência, o MST também deve reportar a denúncia ao Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça de Alagoas, além do ITERAL, para assegurar a integridade das famílias que vivem no acampamento Papa Francisco.

*Editado por Solange Engelmann