Alfabetização
Jornada de Alfabetização de Jovens e Adultos mobiliza educadores e chega às periferias de três cidades baianas
Com o método “Sim, Eu Posso”, iniciativa pretende alfabetizar cerca de 5 mil pessoas na Bahia e 20 mil em todo o Brasil

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Teve início nesta sexta-feira (01) a Formação de Educadoras e Educadores que irão atuar na Jornada de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos nas Periferias Urbanas de três importantes cidades da Bahia, são elas, Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista. A atividade reúne cerca de 250 educadoras e educadores populares, que participam de uma formação intensiva de três dias baseada no método cubano “Sim, Eu Posso”. Em seguida, esses educadores retornam às suas comunidades para dar início às turmas de alfabetização.
Ao todo, a jornada contará com 85 turmas em Salvador, distribuídas em 30 territórios, 60 turmas em Feira de Santana, em 25 territórios e 30 turmas em Vitória da Conquista, espalhadas por 18 comunidades. A expectativa é alfabetizar, somente na Bahia, cerca de 5 mil pessoas. Em nível nacional, o projeto deve alcançar cerca de 20 mil jovens, adultos e idosos nas periferias de diferentes estados do Nordeste, além de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Para Fernanda Souza, da coordenação pedagógica da Jornada de Alfabetização nas Periferias Urbanas, a proposta é fruto de uma construção coletiva. “É um projeto que acontece, de fato, a muitas mãos. Vem sendo construído desde dezembro do ano passado. Desde então, fizemos trabalho de base nas periferias, nas comunidades, para formar nossas turmas. Elas têm entre 15 e 25 estudantes e estão distribuídas em diversas comunidades de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista. Estamos conseguindo alcançar muitas periferias dessas três cidades baianas”, afirma.
Além do acesso à leitura e à escrita, a jornada se propõe a ampliar a consciência política dos participantes e fortalecer os vínculos comunitários. “Essa jornada tem um cunho político muito forte. Queremos alfabetizar, sim, mas também contribuir para a formação política nesses territórios, elevar o nível de consciência e pensar a transformação social. Articular campo e cidade é fundamental, e a relação com o MST é parte central disso. O MST é um movimento que dá base e direção ao Mãos Solidárias. É essa aliança que nos fortalece para atuar nas periferias e construir, de fato, uma transformação nesses territórios”, complementa Souza.
O ato de abertura da formação foi marcado por um momento de forte mística, celebração e animação. Estiveram presentes na mesa de abertura autoridades da educação dos territórios baianos, representantes dos movimentos sociais e do governo. Participaram a professora Lenira de Figueiredo, diretora do NTE de Vitória da Conquista, a professora Fátima Costa, diretora do NTE de Salvador, o professor Murilo José, diretor do NTE de Feira de Santana, Eliane Oliveira, da Direção Nacional do MST, e Fabya Reis, secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia, além de representantes das turmas e comunidades das três cidades.

A Jornada de Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos nas Periferias é uma ação construída a partir da parceria entre a articulação do Mãos Solidárias, o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com apoio do Governo do Estado da Bahia. A proposta resgata o direito à educação, valoriza o protagonismo das comunidades e reafirma a luta por dignidade e justiça social nas periferias urbanas do país.