Combate ao analfabetismo
MST organiza mais de 1.400 turmas no Nordeste, com Jornada de Alfabetização e Escolarização
Jornada realizada em parceria com o MEC, INCRA e UFPE leva turmas para assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
Com aulas iniciadas desde o mês de março, a Jornada de Alfabetização e Escolarização no Nordeste tem levado a bandeira da luta contra o analfabetismo e em defesa da Educação do Campo cada vez mais longe. No marco de suas 1.478 turmas, a iniciativa do MST em parceria com o Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), têm mobilizado aulas em acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária, contribuindo com a superação do índice de analfabetismo em todo o Nordeste.
Na celebração dos 41 anos do MST, a Jornada têm organizado educadores e educadoras em todos os estados da região, reafirmando o lugar da luta pela terra também a partir da educação.
“Nossa Jornada é fruto de um amplo debate do MST que, desde a sua fundação, pauta a superação do analfabetismo em nossos territórios de acampamento e assentamento”, destacou Paulo Henrique, da coordenação da Jornada.


De acordo com Paulo Henrique, que integra o Setor de Educação do MST, a Jornada vai ao encontro do conjunto de iniciativas já desenvolvidas ao longo da história do Movimento na luta pela educação nas áreas de Reforma Agrária.

“O que acumulamos até aqui com a Jornada, com as nossas diversas turmas, educadores e educandos mobilizados em nossos territórios, demonstram o potencial da nossa ação, inspirado nos debates e construções históricas do MST nas campanhas de alfabetização que tratam a realidade concreta como instrumento que potencializa o processo de alfabetização”, comentou.
Superação do analfabetismo

A Jornada em andamento no Nordeste integra ainda um conjunto de iniciativas do Pacto Pela Superação do Analfabetismo nas áreas de Reforma Agrária do Nordeste, lançada em 2024, em conjunto com MEC, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), INCRA via Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), UFPE e movimentos camponeses, com o objetivo de envolver milhares de jovens e adultos nos processos de alfabetização.
Ao final dessa Jornada queremos fincar em nossas áreas a bandeira reafirmando que ali temos territórios livres do analfabetismo”, sinalizou Paulo Henrique.
Encontro de avaliação
Com a realização do Encontro de Avaliação e Planejamento da Jornada, que ocorre em Caruaru (PE), no Centro de Formação Paulo Freire, os coordenadores e coordenadoras da ação pautam o próximo ciclo do processo com as turmas nos estados: a escolarização.

“Queremos ao final desse processo entregar à sociedade companheiros e companheiras aptos e aptas a seguirem no processo de escolarização, nos anos iniciais, no fundamental, médio e até o ensino superior, no caminho de continuarem nessa trincheira a luta pela transformação social”, explicou Paulo.
O Encontro que possibilitou a troca de experiência das turmas, apontou ainda um conjunto de sínteses para potencializar o processo de alfabetização e escolarização nos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária da região.
*Editado por Solange Engelmann