Agroecologia
MST realiza ações de cuidado com a natureza e por soberania neste mês de setembro
Mobilizações incluem atos, formações, mutirões de plantio e denúncias sobre as ameaças que recaem sobre o meio ambiente e a soberania popular

Da Página do MST
Ao longo de todo o mês de setembro, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza ações em nível nacional pela “Reforma Agrária Popular para cuidar da Natureza”, organizada em articulação conjunta da classe trabalhadora do campo e da cidade. As atividades têm caráter organizativo, formativo sobre o papel da Reforma Agrária na atualidade e das denúncias sobre as ameaças que recaem sobre o meio ambiente e a soberania popular.
Com isso, as famílias camponesas Sem Terra demarcam em ações a importância de datas simbólicas deste mês de setembro, quando são celebrados no dia 5 e 11, respectivamente, o dia da Amazônia e do Cerrado, dois dos maiores biomas brasileiros que são fundamentais para a biodiversidade ambiental e a soberania do país, considerando que a região amazônica resguarda a maior floresta tropical do mundo, e a região do cerrado abriga o berço das águas de nossa nação.
Além dos dias dos principais biomas brasileiros, o povo Sem Terra marcará o dia 21 deste mês de setembro, Dia da Árvore, como dia “D” de lutas por cuidados com a natureza, realizando um grande mutirão de plantio de árvores nativas, marcando os 5 anos de existência do Plano Nacional do MST “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, que já mobilizou o plantio de 45 milhões de árvores nos territórios da Reforma Agrária, recuperando áreas degradadas e promovendo a agroecologia em combate à fome e à crise ambiental.
Outra data importante nestas mobilizações será celebrada no dia 7, quando o conjunto da militância do MST se reúne com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com entidades do campo popular no Ato Nacional em Defesa da Soberania Brasileira. Com o mote “Povo Independente é Povo Soberano”, a ação pretende reafirmar o caráter popular sobre a data histórica que rememora a Independência do país, onde haverá manifesto em 33 municípios com foco na soberania, democracia e justiça social, contra intervenções políticas e econômicas agenciadas pelo imperialismo norte-americano.

Nesta conjuntura, Bárbara Loureiro, da coordenação nacional do MST, menciona que: “A Soberania Nacional passa pela defesa e pelo cuidado com os bens comuns da natureza. Água, minérios, florestas e biodiversidade não podem ser privatizados nem transformados em mercadoria. Esses bens devem estar a serviço de todos os povos, como parte de um projeto coletivo que assegure a autonomia do país frente ao capital internacional.”
Também no 7 de setembro, as famílias camponesas Sem Terra unem forças em diversos estados do país, marcando presença nos atos organizados em virtude do 31º Grito dos Excluídos e Excluídas, que este ano traz o tema da “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia”, com manifestações que reunirão movimentos sociais, religiosos, sindicais, estudantis e culturais, que neste ano destacam a importância da votação do plebiscito popular e o diálogo com a sociedade mobilizando a população pelo fim da escala 6×1 e por justiça tributária.
Contudo, o conjunto de ações será marcado por atos, protestos, formações, assembleias, mutirões de plantio, entre outras ações aguardadas para o mês de setembro, onde a Soberania Nacional e o programa da Reforma Agrária Popular se apresentam como pautas importantes para a classe trabalhadora tanto em contextos rurais quanto urbanos. Tal debate é colocado como fundamental dentro do fortalecimento das pautas presentes no contexto de preparação e mobilização que antecede a Cúpula dos Povos da COP30, que será realizada em novembro, em Belém do Pará. Ao longo do evento, haverá a presença de diversas lideranças em nível internacional e entidades populares debatendo temas importantes como a crise ambiental global e os impactos sobre o presente e o futuro dos povos.

A contribuição do MST para a Cúpula dos Povos vem de encontro com a perspectiva de “que não há enfrentamento real da crise ambiental sem enfrentar o capitalismo, sua lógica de exploração da natureza e dos povos. As soluções já existem e estão sendo construídas pelos movimentos populares em todo o mundo: a Reforma Agrária Popular, a defesa dos territórios indígenas, quilombolas, ribeirinhos e camponeses; a garantia da soberania alimentar; a massificação da agroecologia; o cuidado com as águas e florestas. É por isso que seguiremos plantando árvores, como símbolo de resistência e de compromisso com a vida.” afirma Loureiro.
*Editado por Fernanda Alcântara