Agroecologia
III Festa da Colheita do Feijão celebra a partilha e a Reforma Agrária na Zona da Mata Mineira
Realizada no assentamento Olga Benário, em Visconde do Rio Branco (MG), a atividade reuniu famílias assentadas, parceiros e artistas populares

Por Matheus Teixeira
Da Página do MST
No último final de semana de setembro, dia 30, o assentamento Olga Benário realizou a terceira edição da festa que celebra e marca o esforço das famílias assentadas da Reforma Agrária na produção de um dos grãos mais importantes e consumidos pelo povo mineiro: o feijão.
Consolidando-se como tradição na região, a Festa da Colheita é o resgate de que festejar e celebrar sempre estiveram presentes na cultura do campesinato, mas vem se perdendo ao longo do tempo devido ao modelo capitalista de produção. O evento tem o poder de unir diferentes gerações em torno da mesa, partilhando o alimento, tecendo relações e mostrando os frutos da Reforma Agrária Popular.
Valdinei Siqueira, dirigente regional do MST, ressalta que a festa é o momento de estar junto com os amigos e parceiros que veem na luta do povo organizado uma alternativa de sociedade e de qualidade de vida.


“A III Festa da Colheita do Feijão é uma das formas de mostrar a força e a importância da Reforma Agrária Popular para a sociedade. Celebrar a partilha do alimento farto e saudável com os nossos amigos e amigas do MST é também não desistir de ‘esperançar’ em busca de uma sociedade livre da fome, justa, democrática e feliz.”
A atividade integrou a produção dos assentados à produção artístico-cultural que dialoga com a realidade local. Som da Mata, Pereira da Viola e Dito Rodrigues, Samba do Formigão + convidados, Tropa da 22 e a apresentação dos alunos do Conservatório Estadual de Música Teodolino José Soares animaram os participantes e compuseram a programação.
Gir Leiteiro

A Festa do Feijão também foi o momento de apresentar as bezerras nascidas do projeto de melhoramento genético do gado leiteiro desenvolvido pelo MST. Minas Gerais teve um dos melhores resultados na primeira etapa, com 66% de taxa de prenhez.
As bezerras são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa é uma aposta do movimento na melhoria da qualidade da produção dos assentados, propiciando ao pequeno produtor melhores condições de competitividade no setor.
*Editado por Fernanda Alcântara