Música
Victor Jara: resistência e coragem na música chilena

Da Página do MST
Victor Jara teve sua voz silenciada há 52 anos, foi assassinado em 16 de setembro de 1973. Mas ele segue vivo na memória dos povos latino-americanos. Chileno, cantor, compositor e diretor teatral, Jara era um filho do povo e um militante integralmente comprometido com a via chilena ao socialismo e ao governo de Salvador Allende. Sua arte não era apenas entretenimento, mas fazia parte das trincheiras de denúncia e conscientização, uma ferramenta poderosa para animar a luta dos trabalhadores e camponeses por libertação.
Sua profunda ligação com as causas populares transformou sua música em hino de resistência. Como bem definido, Victor Jara era um artista “comprometido com a realidade social do Chile e da América Latina”, que cantava com e para o povo. Canções como “El derecho de vivir em paz” e “Te recuerdo Amanda” transcendem o folclore para se tornarem narrativas da luta de classes, eternizando o amor simples da gente trabalhadora e sua ânsia por uma vida digna.
O golpe fascista de Pinochet, apoiado pelo imperialismo norte-americano, identificou imediatamente em Jara um alvo a ser eliminado. Porque sua voz era perigosa demais para a ditadura, ele foi brutalmente torturado no Estádio Chile – que hoje leva seu nome – e assassinado covardemente com quarenta e quatro tiros. Seu crime foi ser “a voz dos que não têm voz” e um símbolo da cultura revolucionária que o terror de Estado tentou, em vão, apagar da história.
A condenação tardia de seus assassinos, apenas em 2023, é uma prova da luta incansável de sua família e do movimento popular por justiça. Mais do que uma homenagem, manter viva a memória de Victor Jara é um ato de coragem. Sua canção e seu exemplo seguem inspirando gerações, provando que a barbárie fascista pode cortar uma vida, mas jamais calará a voz do povo em luta.
*Editado por Fernanda Alcântara