UFJF celebra parceria com MST com título Doutor Honoris Causa

Por Agatha S. Azevedo
Da Página do MST

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais aprovou, na última sexta-feira (12), em reunião ordinária do Conselho Superior (Consu), a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao economista dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. A proposta partiu da Faculdade de Serviço Social (FSS), que destacou a trajetória do Movimento em defesa da Reforma Agrária, da justiça social e da soberania alimentar no Brasil.

A homenagem marca os 25 anos da parceria entre a UFJF e o MST, considerada histórica por ter sido a primeira parceria formalizada entre uma universidade pública e um movimento social no país. Essa aproximação começou em 1999, durante a Marcha pelo Projeto Popular, quando a então reitora Margarida Salomão abriu as portas da instituição para acolher os movimentos sociais.

Desde então, a UFJF se tornou palco de experiências pioneiras. Foi neste território que ocorreu o primeiro Curso de Realidade Brasileira (CRB), voltado à formação de lideranças de diferentes movimentos. A parceria também resultou em cinco cursos de pós-graduação em Estudos Latino-Americanos, além de iniciativas de formação sobre questão agrária em Minas Gerais, como a Residência Agrária Jovem.

Outro destaque é a atuação conjunta em pesquisas e diagnósticos sobre a realidade do campo, com ênfase no protagonismo das mulheres, e a continuidade do trabalho por meio do Plantio Solidário, ação permanente do MST na região com o objetivo de massificar a agroecologia. Esse projeto, que une campo e cidade em Juiz de Fora, busca enfrentar a fome, promover a organização popular e aproximar a universidade da luta pela Reforma Agrária.

Outro destaque da parceria são as Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURA), realizadas anualmente. O título de Doutor Honoris Causa é uma das mais altas distinções acadêmicas concedidas por universidades a personalidades que se destacam em suas áreas de atuação.

Neste caso, a UFJF reconhece não apenas a trajetória individual de João Pedro Stedile, mas também o MST como sujeito coletivo, simbolicamente homenageado por meio de um de seus fundadores.

*Editado por Solange Engelmann