Fórum
Marmitas da terra e sua participação social nos territórios no Paraná
Atividade realizada na sexta (3), contou com a presença de diversas entidades e movimentos sociais, com reflexões sobre a participação social nos territórios do estado

Por Barbara Zem, setor de Comunicação e Cultura, do MST no Paraná
Da Página do MST
O Fórum de Participação Social realizou sua terceira edição nesta sexta-feira (03.10), na sede da APP Sindicato (Associação dos Professores e Professoras do Paraná), no bairro Rebouças, trazendo a apresentação da função do fórum e seu papel nas ações no Estado do Paraná.
3º Fórum de Participação Social. Fotos: Barbara Zem
Valmor Schiochet, Secretário Adjunto da Secretaria Nacional de Participação Social – SNPS/SG/PR, comentou que basicamente o que se pretende com os fóruns é mobilizar e fortalecer a participação social com a educação popular nos territórios.
“Quando se fala em participação social e educação popular relacionando as políticas públicas do governo federal, é um enorme desafio. Como que as políticas públicas do governo federal promovem transformação na sociedade, na vida do povo, mas também contribuem no processo de organização do nosso povo, esse é o desafio que nós coletivamente precisamos dar conta”, explica.
No período da manhã foram apresentados os programas de participação social nos territórios do Paraná, da região metropolitana e rural. Trazendo as experiências do coletivo Marmitas da Terra, Otávio Bezerra Sampaio e Elza Dissenha falaram sobre o projeto – “O povo cuidando do povo”: formação-ação territorial para participação e controle social nas políticas públicas, em quais territórios atuam, quantas famílias são parte destas ações e quais as atividades propostas pelo coletivo.
Otávio B. Sampaio, integrante da coordenação política do coletivo Marmitas da Terra, reforçou que nós temos um eixo para seguir, no horizonte de um projeto popular para o país. “Nós dizemos que cada atividade nossa é um tijolo na construção de um projeto maior, mas que projeto é esse? É um projeto popular para o Brasil. Nós temos um país, onde 50% das pessoas moram em favela, excluídos, e nós precisamos trabalhar essa realidade, a compreensão dessa realidade, e ver a construção deste projeto. A horta é uma construção, um tijolo, um momento de convivência, de reflexão, de construir uma matriz tecnológica de comida saudável, pois nós temos dois tipos de alimentos da agricultura, do agronegócio e da agroecologia. Isso é consciência, é política, por isso que quando a gente faz esse trabalho está apontando para a construção de um projeto popular para o Brasil, um projeto libertador”.
Otávio B. Sampaio, coordenação do coletivo Marmitas da Terra. Foto: Barbara Zem
Confira os espaços onde o coletivo Marmitas da Terra está atuante em Curitiba e região metropolitana, são eles: Associação de Moradores e Amigos da Vila 29 de Janeiro Icaraí, no bairro Uberaba; Associação de Moradores e Amigos da Portelinha de Cima e Portelinha de Baixo; Associação da Comunidade Thomaz Coelho, no CRAS em Araucária; Vila União, no Tatuquara; Associação dos Moradores do Condomínio de Proteção Ambiental – Comunidade Ecológica Chácara Graciosa, em Pinhais; Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, Novo Amanhecer, na Cidade Industrial de Curitiba; Assentamento Contestado, na Lapa e também, no Curso de Realidade Brasileira (CRB), na capital paranaense.
Todas as ações são fruto de muita dedicação e trabalho para que os espaços sejam preenchidos por mais educação, cuidado com a terra (hortas) e alimentação saudável, saúde popular, assessoria jurídica, meliponários (criação de abelhas sem ferrão) e formações sobre temas da sociedade atual.
“A gente faz esse trabalho, mas acho que o que é o mais importante aí, é a gente pensar em um trabalho de base, e neste trabalho de fortalecimento da classe popular, de ajudar a pensar em que país que a gente quer. Então durante os trabalhos das hortas a gente sempre tem um momento para pensar: quem somos nós neste contexto local, nacional, internacional, em como as coisas se dão em todas as frentes que atuamos”, comenta Elza Dissenha, da coordenação política do coletivo Marmitas da Terra.
O que é o Fórum de Participação Social?
Os fóruns de participação social são espaços estratégicos de debate e construção coletiva, onde governo e sociedade civil se reúnem para debater, articular e fortalecer a formulação e o controle das políticas públicas, principalmente no âmbito federal e estadual, visando melhorar a democracia e garantir que os direitos da sociedade sejam ouvidos e incorporados nas ações do governo.
Esses fóruns são compostos por movimentos sociais e organizações da sociedade civil, que têm como finalidade mobilizar e fortalecer a participação social com educação popular nos territórios. As políticas públicas, que entram em questão, são ações, programas, diretrizes e leis criadas pelo Estado para resolver problemas sociais e atender às necessidades da sociedade. E visam garantir direitos, promover o bem-estar da população e realizar o interesse público em diferentes esferas de governo (federal, estadual e municipal). Essas políticas são desenvolvidas em um processo que envolve a identificação de problemas, a formulação de objetivos, a alocação de recursos, a implementação de programas e a avaliação dos resultados.
*Editado por Solange Engelmann