Agroindustrialização
Cooperativa da Reforma Agrária prepara inauguração de agroindústria de feijão no PR
A cooperativa Copacon se torna uma das poucas do Paraná a beneficiar o grão, com a com capacidade de processar 40 toneladas por dia

Do setor de comunicação do MST no estado do Paraná
Da Página do MST
No dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação e da Soberania Alimentar, a Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon), localizada no assentamento Eli Vive, em Londrina, vai inaugurar o Complexo Agroindustrial de Grãos Agroecológico, com capacidade de beneficiar até 40 toneladas de feijão em apenas 8 horas de trabalho. O ato de inauguração contará com a presença de ministros, autoridades políticas e do economista João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A Copacon já mantém uma agroindústria de milho 100% livre de transgênicos, onde realiza o beneficiamento de milho e derivados como fubá, biju e canjiquinha. Com a agroindústria do feijão, a cooperativa passa a atender a mais uma demanda dos produtores locais, potencializando a comercialização do grão, que já é tradicionalmente cultivado na região entre uma safra de milho e outra.

O novo espaço representa um avanço para a Agricultura Familiar, que cada vez mais vem incorporando a alta tecnologia na produção e agroindustrialização de alimentos. A unidade conta com equipamentos modernos de seleção, limpeza e empacotamento do grão, garantindo maior qualidade e adequação ao mercado.
Festa de inauguração

A inauguração está prevista para iniciar às 7h, com café da manhã seguido pela conferência “Cooperação e a Agroecologia na Produção e Agroindustrialização de Alimentos na Reforma Agrária”, com o economista João Pedro Stédile.
A expectativa é de cerca de três mil pessoas participando da atividade, entre assentados, representantes do Governo Federal, autoridades locais e apoiadores. Após o ato de inauguração, está prevista uma visita técnica na agroindústria. O dia será encerrado com um almoço comunitário coletivo com produtos da Reforma Agrária da região.
De olho na modernidade, com mais de 10 anos de história

Criada em 2015, para organizar a produção de milho e hortaliças dos assentados, a cooperativa Copacon, conta atualmente com 500 associados, e entrega anualmente duas mil toneladas de alimentos para escolas do Paraná, por meio de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A nova agroindústria também irá gerar cerca de 30 novos postos de trabalho para a comunidade do Assentamento Eli Vive.
O diretor-presidente da cooperativa, Fábio Herdt, explica que a agroindústria será capaz de atender toda a região, do pequeno ao grande produtor. Ele também destaca a importância da industrialização na Reforma Agrária: “são equipamentos com tecnologia de ponta, capazes de identificar e separar o grão de feijão preto do carioca e fazer o processamento do grão com a maior qualidade possível. Vamos poder comercializar o produto a preço justo, valorizando o trabalho dos agricultores”, afirma.
A nova agroindústria de beneficiamento não se restringe a produção dos assentados, estendendo o serviço a todos os agricultores familiares da região.
Cooperativismo da Reforma Agrária no Paraná

O sistema produtivo está alicerçado em 25 cooperativas, 62 agroindústrias e cerca de 100 associações. As agroindústrias, conjuntamente, possuem um faturamento anual de cerca de 150 milhões de reais, geram aproximadamente 300 postos de trabalho e mais de 100 produtos industrializados. São 5.400 famílias cooperados/as diretamente, e outras 30 mil famílias atendidas – entre assentadas, integrantes da Agricultura Familiar e de comunidades tradicionais.
Entre as linhas de produção, em assentamentos e acampamentos, estão leite, ração animal, milho, arroz, feijão e cereais diversos, ovos caipiras, hortifrúti, mel, derivados de cana-de-açúcar e destilação, erva-mate, de polpa e suco de frutas, panificados, além de cozinhas comunitárias.

*Editado por Solange Engelmann