Curso sobre Agroecologia
MST inicia Curso Nacional pela Massificação da Agroecologia na região Nordeste
Formação reafirma o compromisso do MST com a Reforma Agrária Popular e a transição agroecológica no campo

Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Na manhã de ontem, 22, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) deu início ao Curso Nacional para a Massificação da Agroecologia nos territórios da Reforma Agrária. A turma conta com 50 participantes oriundos dos estados do Nordeste e acontece na área de produção agroecológica Ana Primavesi, localizada no assentamento Bernardo Marin II, no município de Russas, no Ceará.
Muito além de ensinar técnicas agrícolas, o curso é um chamado à formação política e humana, um processo coletivo de aprendizado em que se cultiva o conhecimento junto com a produção de alimentos saudáveis. A proposta, enraizada na pedagogia da prática e no método do trabalho coletivo, integra estudo, mística, cultura e produção, consolidando a agroecologia como parte central da construção do projeto da Reforma Agrária Popular.


Clarice Rodrigues, da Direção Estadual do Setor de Produção do Ceará e coordenação política pedagógica do curso, afirmou: “O curso de agroecologia faz parte de uma estratégia do Setor de Produção e do MST, que é a da massificação da agroecologia nos nossos territórios. Dessa formação sairão 50 militantes, homens e mulheres assentados e assentadas, que vão multiplicar esse conhecimento e essa prática agroecológica em todo o Nordeste. Isso faz parte de um processo de fortalecimento da Reforma Agrária Popular no âmbito da produção de alimentos saudáveis.”
Anderson Santos, militante do MST em Pernambuco, destacou suas expectativas com o curso: “Estou muito feliz de estar aqui. As expectativas são, sem dúvida, de que a gente possa aprender com mais profundidade o que é a agroecologia e compreender o papel que podemos desempenhar nas bases, com um olhar especial para a juventude. Que esses jovens possam assumir essa tarefa em nossos territórios, nos acampamentos e assentamentos.”

Durante mais de duas semanas, os participantes irão vivenciar atividades teóricas e práticas, oficinas, debates, intercâmbios e momentos culturais que abordam o manejo sustentável da terra, a soberania alimentar e a organização popular.
A programação do curso se estende até o dia 9 de novembro e está organizada de forma coletiva, garantindo a participação ativa de todas e todos os educandos. Entre os temas de destaque estão “Análise de Conjuntura”, “História da Luta pela Terra e a Questão Agrária”, “Agroecologia e Produção Animal” e “Sistemas Agroflorestais”. Também estão previstas atividades sobre bioinsumos e vida do solo; saúde popular e alimentação saudável, além de oficinas práticas sobre horto medicinal, fitoterapia, cultura camponesa e comunicação popular e agroecologia.
*Editado por Fernanda Alcântara