Sem Terrinha

Jornada Sem Terrinha celebra infância, agroecologia e solidariedade no Paraná

Do Norte ao Sul do Paraná, as crianças Sem Terrinha expressaram alegria, consciência política e compromisso com a natureza, demonstrando que cultivar a solidariedade é também cultivar futuro

15ª Jornada Sem Terrinha na Escola Vagner Lopes, acampamento Dom Tomas Balduíno, em Quedas do Iguaçu, PR. Foto: Natalia Tiemy

Da Página do MST

Em outubro, o Paraná foi tomado pela alegria cativante das crianças Sem Terrinha, que realizaram diversas atividades lúdicas e de formação na Jornada Nacional Sem Terrinha 2025, que aconteceu entre os dias 6 e 12 deste mês. Unindo criatividade e conhecimento, as ações mobilizaram escolas e comunidades em todo o estado, fortalecendo o compromisso das crianças com a defesa da natureza, a agroecologia, a educação do campo e a solidariedade entre os povos.

As atividades reuniram momentos formativos, culturais e lúdicos, conectando o aprendizado das crianças com a luta por justiça social e ambiental. Em várias regiões do Paraná, o plantio de oliveiras marcou simbolicamente as ações da jornada, como um gesto de solidariedade ao povo e às crianças palestinas.

Encontros regionais fortalecem identidade e solidariedade

15ª Jornada Sem Terrinha no assentamento Maila Sabrina, Ortigueira, PR. Foto: Christian Marchiori
15ª Jornada Sem Terrinha na escola itinerante Herdeiros do Saber, em Rio Bonito do Iguaçu, PR. Foto: comunicação local
Jornada Sem Terrinha na escola Zumbi dos Palmares, em Cascavel, PR. Foto: Comunicação MST no Paraná
Jornada Sem Terrinha no assentamento Egídio Brunetto, no Rio Branco do Ivaí, PR. Foto: Comunicação MST no Paraná

No Paraná, as atividades começaram no dia 7 de outubro, na Comunidade Fidel Castro, em Centenário do Sul, Norte do estado. Cerca de 30 crianças Sem Terrinha participaram de brincadeiras, apresentações culturais e momentos de formação.

Na região Centro-Oeste, o encontro aconteceu em Rio Branco do Ivaí, reunindo crianças de diferentes comunidades e escolas do campo. Além do plantio coletivo de uma oliveira, símbolo da resistência Palestina, a noite foi marcada por apresentações culturais e pelo espetáculo da artista circense Gisele Rodrigues, do assentamento Eli Vive I, de Londrina.

Já na região Centro, cerca de 130 crianças se reuniram na Comunidade 8 de Junho, em Laranjeiras do Sul, para um dia de formação, oficinas e vivências. Participaram crianças dos acampamentos Dom Tomás Balduíno, Vilmar Bordim, Nova Conquista e Araucária, de Quedas do Iguaçu; Herdeiros da Terra de 1º de Maio e assentamento Ireno Alves, de Rio Bonito do Iguaçu; além do assentamento 8 de Junho, de Laranjeiras do Sul, e assentamento Porto Pinheiro, de Porto Barreiro. O espaço foi tomado por cores, cantos e vozes que expressaram o orgulho de ser Sem Terrinha. Momentos como estes reafirmam a identidade da criançada Sem Terrinha, que aprendem desde cedo a cuidar da terra, defender os seus direitos e sonhar com um país mais justo e solidário.

No dia 12 de outubro, o dia das crianças foi mais que especial. Repleto de brincadeiras, aprendizados e diversão, o assentamento Contestado, na região Sul do estado, se encheu de vida e felicidade com as mais de 100 crianças Sem Terrinha, que aproveitaram o último dia da Jornada, participando das reflexões sobre seus direitos. O dia foi dedicado a celebrar a organização e o protagonismo das crianças do campo, fortalecendo o sentimento de pertencimento e compromisso coletivo com a Reforma Agrária Popular.

A OLIVEIRA: Símbolo da resistência e da esperança

Jornada Sem Terrinha no assentamento Maila Sabrina, em Ortigueira, PR. Foto: Christian Marchiori

O plantio das oliveiras foi um ato que unificou a Jornada Sem Terrinha em todo o país. Em cada território, o plantio foi um gesto coletivo de solidariedade ao povo e às crianças palestinas. A oliveira, símbolo histórico da resistência na Palestina, representa a capacidade de persistir e florescer mesmo em meio às adversidades. Assim como o povo palestino luta pelo direito à terra e à vida, as crianças Sem Terrinha reafirmam, por meio desse gesto, a unidade entre os povos que resistem às injustiças e sonham com um mundo mais justo e solidário.

Jornada Sem Terrinha no assentamento Eli Vive em Londrina–PR. Foto: Comunicação MST no Paraná

A Jornada Sem Terrinha é um momento nacional de encontro, formação e celebração da infância Sem Terra. Mais do que uma atividade recreativa, é um espaço político e pedagógico que fortalece a identidade das crianças como sujeitos de direitos e parte fundamental da luta pela Reforma Agrária Popular.

Ao unirem o cuidado com a natureza e a solidariedade internacional, as crianças Sem Terrinha do Paraná demonstraram que a luta por um país soberano, sustentável e solidário começa desde cedo, com pequenas mãos que plantam, aprendem e transformam o presente.

*Editado por Fernanda Alcântara